25 de novembro de 2006

Para lembrar sempre

Sou de uma geração, onde discutir política era muito perigoso. Lembro, que minha mãe dizia a mim e a meus irmãos: "tudo que vocês ouviram aqui em casa, não podem repetir na rua, se não o pai vai preso". Mensagem para lá de entendida, afinal, a idéia de termos o pai preso era muito forte. O interessante que nós, crianças, brincávamos ou circulávamos entre os adultos e jamais tais conversas nos chamavam a atenção! Uma lástima, pois minha casa era freqüentada por políticos cassados, intelectuais, escritores, que se aproximaram do pai por este ter sido jogador de futebol, pela amizade mesmo, mais do que pelo seu perfil político.

Então, o artigo escrito por José Carlos Dias na FSP do dia 24/11/06 e reproduzido na íntegra no Diário Gauche é uma excelente contribuição, para que as novas gerações saibam sobre a ditadura militar no Brasil, responsável pela amarga condição de ter transformado o país com a maior desigualdade social no mundo.
"O coronel Ustra, premiado hoje como herói por seus camaradas, e que já foi adido militar no Uruguai durante o governo Sarney, encarna a lembrança mais terrível do período pavoroso que vivemos. Terá dito, no discurso pronunciado, que lutou pela democracia, quando, na realidade, emporcalhou com o sangue de suas vítimas a farda que deveria honrar."

Em destaque, cartum do Eugênio Neves de 1º/08/83.


Leia também no Biruta do Sul: Os significados da ação declaratória contra Brilhante Ustra e Fim da lei de caducidade no Uruguay.

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