Quando fiz este desenho*, em 15/12/2003, ainda não tinha visto nenhum desses vídeos disponíveis no antigo Ogrish, agora LiveLeak. Esses vídeos, feitos pelos insurgentes iraquianos, mostram uma série de atentados contra as tropas da coalisão.
Passada a fase inicial da invasão e do "glamour" das armas inteligentes, tão ao gosto dos noticiários da Globo, a guerra mergulhou naquilo que ela é hoje: uma luta feroz entre as tropas de ocupação e os grupos de resistência iraquianos. Esses pequenos vídeos dão a dimensão bem precisa do conflito e mostram por que o Iraque se tornou um atoleiro pior do que o Vietnã.
Curiosamente, este material está disponível na Internet, mas a mídia hegemônica, tão sequiosa por "baixarias", parece não ter nenhum interesse em exibi-lo, se não fosse por outro motivo, pelo menos para fazer as suas costumeiras denúncias contra o "terrorismo". Talvez a melhor explicação para esta "discrição", seja o fato do quanto foi posto por terra o mito da invencibilidade americana e de quanto uma população decidida pode enfrentá-los e derrotá-los. Pois como ocupar um país, onde, a cada passo, pode se levar um tiro de um franco-atirador ou, em qualquer estrada, ser lançado aos ares por uma bomba, tal qual a representação que fiz no cartum? Se você entrar no Youtube ou no LiveLeak e escrever estas palavras-chave, ou tags, iraq , insurgency , Terrorist , svu , cia , ied e outras, é possível assistir vários desses vídeos. Têm também os produzidos pelos próprios soldados americanos, que parecem se divertir bastante, metralhando prédios civis e espancando crianças.
Para piorar a vida dos iraquianos, a despeito de todas as negativas do Governo Bush, o país está mergulhado numa sangrenta guerra civil. Isto também está muito bem documentado, só que é preciso ter estômago para ver pessoas sendo degoladas em frente às câmeras.
Notas:
1. O desenho está lincado a uma explosão de um carro numa das estradas iraquianas.
2. Todas as imagens são fortes.
Eugênio Neves.
* Por problemas técnicos do Blogger.com, não conseguimos postar o desenho. Para visualizá-lo, clique AQUI.
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