12 de janeiro de 2007

Charge é coisa séria

Na lista da GRAFAR, que é composta por artistas gráficos do RS e por alguns de fora do estado, rolou mais um dos vários debates sobre o papel da charge. O chargista em questão foi o Sponholz que atua no centro do país e tem uma nítida postura de direita, ainda que não assumida.
O problema de chargistas como ele não é tanto a crítica, mas a forma como a fazem. Para se entender a diferença entre uma charge de qualidade e uma apelação gratuita e inconseqüente, comparem a do Santiago com a dele.
O Santiago, apesar de ser um cara de esquerda e sempre ter apoiado o Lula, faz-lhe uma crítica objetiva e procedente. Já o Sponholz repete um senso comum desinformado e faz uma generalização primária. Aliás, é típico da direita afirmações como "políticos são tudo corruptos", "esse país está tomado pelos bandidos" e por aí vai. Eles nunca entram no mérito das questões, até porque isso seria um tiro no pé.
Santiago não nega as realizações e os acertos do Lula, mas cobra dele uma postura coerente numa questão específica, que é o seu posicionamento ideológico. Para ler isso que o Sponholz escreveu sobre o Lula, não preciso entrar na Internet ou ler um jornal. É só pegar um táxi, ou entrar numa barbearia. Isso não tem nada a ver com um debate ideológico. Na boca do povo, esse tipo de conversa é desinformação e, na pena do Sponholz, se é que ele é tudo isso que diz sua biografia, é sacanagem mesmo.
Eugênio Neves

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