24 de junho de 2007

"PORto aLEgRE mE faZ, tão débiL MeNtaL"*


Excelente trabalho do CEL3UMA*. Não podemos mais sustentar este engodo!Para ler mais sobre o fumaça, acesse A Carapuça aqui.
dEmagOgiA
O homem venceu a eleição, apoiado por praticamente todas as forças do baronato político gaúcho
PORto aLEgRE mE faZ, tão débiL MeNtaL
José Alberto de Medeiros Fogaça, 60 anos, é uma figura ímpar na política gaúcha. Durante os 8 anos que esteve Senador pelo PMDB, apresentou 33 proposições (8 projetos de Lei, 12 projetos de resolução do senado e 13 requerimentos), o que dá uma média de 4, 12 proposições por ano.
O site do Senado Federal revela curiosidades: autorizações para prefeituras do Estado de São Paulo (Batatais, Campinas, Mauá e Bragança Paulista) emprestar dos bancos daquele estado e da Caixa Econômica Federal, os pedidos de justificativa pela ausência nos trabalhos parlamentares. Entre esses, uma viagem aos EUA, a convite do Henry L. Stimson Center, uma organização ligada ao governo estadunidense, que produz planejamento estratégico e estudos sobre terrorismo islâmico, milícias libertárias, violência política, anarquismo, ETA, IRA, FARC, ELN, EZLN, Sendero Luminoso, Chechênia.
Segundo o wikipédia, Henry Stimson foi o Secretário de Guerra que evitou a destruição de Kyoto pela terceira bomba. Mas essa é outra história.
Anos antes suas letras eram cantadas por Mercedes Sosa. A combinação da veia artística com a profissão de advogado, convencia bem a classe média nos anos constituintes e dava a impressão que trabalhava. Virou relator e mediador na disputa das emendas a Constituição de 1988. Um cara combativo. Jovem (naquela época). Fazia músicas metafóricas para falar a ditadura militar. A cara da classe média peemedebista, a mesma que fez acordo com os militares que a mal-tratavam, colocou Tancredo Neves na presidência como fantoche do verdadeiro manipulador, o coronel-escritor José Sarney, que entre outras, usurpou mais um ano do tempo regulamentar como presidente.
Depois da briga com o senador vitalício Pedro Simon, Fogaça foi trabalhar de articulista da Zero Hora. Tentou o senado pela dissidência peemedebista, auto-intitulada Popular Socialista (PPS) e liderada pelo pior governador de todos os tempos, Antônio Britto (título ameaçado). Não rolou.
Veio a eleição para a prefeitura de Porto Alegre. A administração petista, derrotada no Estado pelo PRBS e pelo racha promovido por Tarso 'Napoleão' Genro, peremptório descumpridor da promessa pública de honrar seu segundo mandato como prefeito, já estava mutilada.
Três meses antes do prazo legal , determinado pela Justiça Eleitoral, outdoors espalhados por toda a Região Metropolitana, com fundo vermelho, anunciavam o novo (coletânea) disco do músico José Fogaça, com direito a foto e tudo. A mesma imagem que depois foi utilizada nos materiais de campanha para prefeito. Genial! Uma grande sacada da equipe de marketing político. Driblaram a lei e antecederam em pelo menos três meses a campanha oficial!
O homem venceu a eleição, apoiado por praticamente todas as forças do baronato político gaúcho. O capital político que acumulou até aquele momento poderia em 4 anos alçá-lo como a figura que destronou a hegemonia da Administração Popular, assentada há 16 anos na prefeitura da Capital gaúcha.
Daí veio o mandato, a administração e uma população que incorporara em seu cotidiano, especialmente nos bairros mais periféricos, a cultura da participação. Fogaça desapareceu dos jornais. Junto com ele, os secretários municipais sumiram das assembléias, audiências e reuniões com a população. Os problemas eram encaminhados para assessores e engavetados. Participação popular virou desculpa para viagens ao exterior, onde aproveitou as benesses do cargo e o dinheiro do erário público, para apropriar-se de um tema, que em sua administração foi completamente sabotado e ignorado.
O PRBS durante o último mandato do PT na prefeitura, buscava pautas negativas relacionadas à prefeitura, ao passo que ocultava ou minimizava os inúmeros prêmios internacionais que a Administração Popular e os mecanismos de participação direta da população conquistaram. O periódico adotou um silêncio solene. Eventuais escândalos que surgiram nesse meio tempo, foram tratados com total parcimônia.
No penúltimo ano do mandato, quando a lógica eleitora impele os políticos a iniciar os primeiros movimentos de campanha, o saldo da passagem do prefeito-cantor é tão evidente, que nem a direita consegue ignorar mais. A revista Voto, por exemplo, soltou a famosa pesquisa em que apenas 30% da população porto-alegrense, sabe quem é o prefeito. Os servidores do Paço contam que seu horário habitual de despacho, é a partir das 15 horas e que entra sempre pela porta dos fundos.
Depois de três anos fazendo marola na prefeitura, Fogaça ressurge do limbo em que se enfiou, auto-proclamado candidato à reeleição. Flerta com seu antigo partido, o PMDB, e entre as toneladas de lixo e indigentes que se amontoam nas ruas de Porto Alegre, anuncia um programa para "retirar" as crianças de rua das sinaleiras da cidade.
Quase simultaneamente, "ganha" da Rádio Bandeiras AM 640, "oportunidade" de participar, semanalmente (sempre às sextas-feiras), de um quadro do Jornal Gente, com duração de 15 minutos, para tratar dos problemas da cidade. Os ouvintes podem enviar suas dúvidas ao prefeito a qualquer momento para o e-mail prefeito@bandrs.com.br.
Há quem não veja problemas em um representante do poder público, utilizar os serviços de uma empresa de comunicação, privada, para autopromoção e pré-campannha eleitoral.
Diante do presente, sem mais lamúrias, grita a pergunta: ao privilegiar outra teria sido abandonado pelo PRBS?
foto:aredencao.com.br

9 comentários:

Anônimo disse...

Não vou aqui defender o Britto, mas seu governo perdeu no segundo turno para Olívio com apenas 1% dos votos. O voto dos produtores rurais e agrícolas foi parar nas urnas do PT, tendo em vista a paridade cambial do governo FHC que apoiava Britto e que fez a economia gaúcha ir para o brejo. Olívio se elegeu com o discurso que Britto era o pedágio e ele era o caminho e o que ele fez? Colocou em postos chaves figuras enigmáticas como Diógenes de Oliveira e no dia em que estava agendada uma reunião com os executivos da Ford, o companheiro governador subiu num carro de som da CUT e dissem em voz bem brava: nenhum dinheiro do erário público será destinado às multinacionais. Era a gota que faltava. A ford foi embora. A esfarrapada desculpa é um decreto assinado 9 meses depois dando incentivos fiscais para montadoras se instalarem no nordeste. A ford foi para a Bahia onde gera empregos e impostos. Olívio foi rejeitado pelo PT. Foi péssimo ministro de Lula e também afastado. E perdeu para Yeda com 7 pontos de diferença. Existe alguma dúvida de quem foi o pior governador do RS?????? Olívio de Oliveira Dutra.

Anônimo disse...

meu deus, não morreram todas as viúvas! quantas vezes diremos: fácil tirar a ford do estado, o governo federal dando incentivo junto.

Na Periferia do Império disse...

Prezados...

Um bom texto num blog.

Agente 65 disse...

Racha promovido por Tarso "Napoleão" Genro? Bah, Claudia, divegi. Não pode ser chamado racha o soberano resultado de uma convensão! A MAIORIA do partido fez a opção por Tarso, inclusive eu, por milhares de razões que agora não vêm ao caso. Contra os fatos não cabem sofismas, já "Napoleão" caiu bem para uma opinião.

Claudinha disse...

Oi, pessoal! Como diria alguns, o choro é livre... Viúvas de lá e de cá sempre existirão. Eu, por exemplo, votei no Olívio para mandar a Ford embora mesmo: onde já se viu dinheiro público DOADO a empresa privada?
Agente65, o texto foi retirado na íntegra do CEL3UMA. Eu, pessoalmente, achei um erro estratégico o Tarso ter vencido a convenção do partido, independente do meu apreço por ele. Ao contrário de muita gente, sou simpática ao estatuto da reeleição, mas apenas para um mandato a mais.
E Láldert, obrigada pela visita.

Anônimo disse...

Cláudia, se informe e não desinforme seus leitores. Nunca houve doação de dinheiro público no caso da Ford ou GM. Houve empréstimo. E o Estado tinha dinheiro em CAixa das privatizações da CRT e parte da CEEE. Olívio chegou a dizer que não tinha dinheiro.Mentiu. OLívio disse que não daria dinheiro público para multinacionais. Mentiu de novo, pois deu para a GM.

Anônimo disse...

Nossa, desse jeito a Ford e a GM não precisam mais gastar em publicidade - é só usar e abusar dos Maias da vida. Explique-me, então, Sr. Maia: Qual a taxa de juros e de correção dos empréstimos que o nosso glorioso governo Britto praticou com a Ford e com a GM? Como estas se comparavam às do mercado? Quem cobriu a diferença entre estas - afinal, até onde eu me lembro, nenhum banco faz desconto em juros para governo nenhum. Explique-me, também, por que pensas que a GM e a Ford foram as melhores opções de investimento do santo dinheirinho das privatizações? Não existia nenhuma outra alternativa melhor? Por que raios um governo pobre, em vias de falência, tem de financiar empreendimentos de grandes (e ricos) grupos empresariais ? A geração de emprego justifica tudo? E, se não for abusar de tua paciência, quanto o governo do RS investiu (ou gastou) para trazer a GM para cá? São só algumas dúvidas, espero que não respondas com generalidades, porque estas já escreveste em outros posts.

Jens disse...

Claudinha: estou louco para aparecer, mas não sei o que fazer - colocar uma melancia no pescoço está tão fora de moda.
Ah, já sei. Vou falar mal do PT e do Olívio Dutra. É Ibope na certa.

Anônimo disse...

Excelente texto.