O governo Lula pode ser dividido – por razões de análise – em duas metades temporais. Antes de Jobim, depois de Jobim.
Ontem em Cuiabá, o presidente Lula, depois de fazer considerações sobre a funcionalidade das suas próprias orelhas, reconheceu que faz um governo para os ricos. Reconhecimento tardio, mas franco e sincero.
"A gente tem duas orelhas, uma para escutar vaia e outra para escutar aplauso. Os que estão vaiando eram os que deveriam estar aplaudindo. Os que estão vaiando, posso garantir, foram os que mais ganharam dinheiro nesse país, no meu governo. Aliás, a parte mais pobre é que deveria estar mais zangada, porque teve menos do que eles tiveram. É só ver quanto ganharam os banqueiros, empresários. Vamos continuar fazendo política sem discriminação".
Essa frase “vamos continuar fazendo política sem discriminação” é reveladora. Notável! Sem discriminação contra os “cansadinhos” de Campos do Jordão, contra os 130 mil milionários brasileiros que possuem 50% da riqueza do País. Todo o poder a eles, pois. Sem discriminação!
O Partido Bela Adormecida dos Trabalhadores acordou ontem, e deu-se conta que está sendo ejetado do poder planaltino. Uma constatação, embora tardia, sensata.
O curioso é que o Bela Adormecida reclama somente pela perda de cargos e funções públicas no aparelho de Estado, mas nunca criticou a continuada – diríamos assim – flexibilização das estratégias históricas do seu próprio Programa, constantemente esquecido e enxovalhado pelo lulismo.
O governo Lula vem desde o início sendo pautado pelo interesse estratégico do capital financeiro (que inclui políticas compensatórias muito bem delimitadas), e o próprio Lula reconheceu isso, ontem, tendo constituído um bloco de poder sem nenhum caráter (como diria Mário de Andrade, sem conotação moral).
A única e singular certeza é a de que o governo resvala liso e fluído para a direita. A volta à Esplanada do tucano com disfarce de peemedebista, Nelson Jobim, é o marco desse trânsito migratório evidente e inexorável. Mal Jobim assumiu, e já correu para São Paulo. Certamente foi fazer um relatório para o chefe José Serra.
Nelson Jobim é um quinta-coluna tucano enfiado nas reuniões e estratégias planaltinas, com direito a voz e voto, e relatório analítico aos ninhos avícolas de São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Rio de Janeiro, etc.
O governo Lula pode ser dividido entre a-J e d-J. Muito lentamente, pois, a direita e a mídia corporativa – herdeiros do escravagismo oligárquico – perpetram o seus objetivos golpistas, sem golpe. Ruidosamente batidos nas últimas eleições presidenciais, avançam no poder através de crises urdidas e astuciosamente fabricadas na mídia, desfazendo no grito aquilo que o maciço eleitorado lulista construiu na vontade consciente do voto popular.
O voto? Ora, o voto! Se nem Lula acredita no voto, querem que a direita e a mídia oligárquica acreditem?
Leia a tímida reação de Lula às articulações da direita AQUI:Ontem em Cuiabá, o presidente Lula, depois de fazer considerações sobre a funcionalidade das suas próprias orelhas, reconheceu que faz um governo para os ricos. Reconhecimento tardio, mas franco e sincero.
"A gente tem duas orelhas, uma para escutar vaia e outra para escutar aplauso. Os que estão vaiando eram os que deveriam estar aplaudindo. Os que estão vaiando, posso garantir, foram os que mais ganharam dinheiro nesse país, no meu governo. Aliás, a parte mais pobre é que deveria estar mais zangada, porque teve menos do que eles tiveram. É só ver quanto ganharam os banqueiros, empresários. Vamos continuar fazendo política sem discriminação".
Essa frase “vamos continuar fazendo política sem discriminação” é reveladora. Notável! Sem discriminação contra os “cansadinhos” de Campos do Jordão, contra os 130 mil milionários brasileiros que possuem 50% da riqueza do País. Todo o poder a eles, pois. Sem discriminação!
O Partido Bela Adormecida dos Trabalhadores acordou ontem, e deu-se conta que está sendo ejetado do poder planaltino. Uma constatação, embora tardia, sensata.
O curioso é que o Bela Adormecida reclama somente pela perda de cargos e funções públicas no aparelho de Estado, mas nunca criticou a continuada – diríamos assim – flexibilização das estratégias históricas do seu próprio Programa, constantemente esquecido e enxovalhado pelo lulismo.
O governo Lula vem desde o início sendo pautado pelo interesse estratégico do capital financeiro (que inclui políticas compensatórias muito bem delimitadas), e o próprio Lula reconheceu isso, ontem, tendo constituído um bloco de poder sem nenhum caráter (como diria Mário de Andrade, sem conotação moral).
A única e singular certeza é a de que o governo resvala liso e fluído para a direita. A volta à Esplanada do tucano com disfarce de peemedebista, Nelson Jobim, é o marco desse trânsito migratório evidente e inexorável. Mal Jobim assumiu, e já correu para São Paulo. Certamente foi fazer um relatório para o chefe José Serra.
Nelson Jobim é um quinta-coluna tucano enfiado nas reuniões e estratégias planaltinas, com direito a voz e voto, e relatório analítico aos ninhos avícolas de São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Rio de Janeiro, etc.
O governo Lula pode ser dividido entre a-J e d-J. Muito lentamente, pois, a direita e a mídia corporativa – herdeiros do escravagismo oligárquico – perpetram o seus objetivos golpistas, sem golpe. Ruidosamente batidos nas últimas eleições presidenciais, avançam no poder através de crises urdidas e astuciosamente fabricadas na mídia, desfazendo no grito aquilo que o maciço eleitorado lulista construiu na vontade consciente do voto popular.
O voto? Ora, o voto! Se nem Lula acredita no voto, querem que a direita e a mídia oligárquica acreditem?
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