20 de agosto de 2007

Macalão pode selar a sorte de muita gente

O envolvimento de Ubirajara Amaral Macalão, no escândalo dos selos da Assembléia Legislativa, deveria ser um prato cheio para a mídia que abandonou o jornalismo factual e se especializou em especulação. A culminância da sua performance especulativa, deu-se com a tragédia do avião da TAM, onde não se economizou tempo, nem paciência do público, para elaborar teorias mirabolantes sobre a responsabilidade do Governo Federal no episódio. Claro que tudo acabou como deveria acabar: a abertura da caixa-preta recolocou o jornalismo marrom no seu devido lugar.
Mas a mídia gaudéria, que seguiu a "teoria das hipóteses" da Rede Globo, curiosamente, está agindo com a maior parcimônia em relação ao escândalo dos selos. Teria ela aprendido alguma lição com o caso TAM, ou simplesmente, e mais uma vez descaradamente, adota a velha tática de proteger seus apadrinhados?
Sim, porque chama a atenção a forma econômica, quase lacônica, como tem tradado desse assunto. As pessoas, salvo Macalão e Claiton Costa Alves, não têm nome, nem partido, nem apadrinhamento e nem cargos. As notícias são dadas naquele tom do "vereador é citado", "ex-servidora é presa" e generalidades para encher lingüiça. Com o agravante de que, onde se lê "ex-servidora", na verdade dever-se-ia ler "ex-assessora". Parece um detalhe menor, mas, no entanto, é muito revelador. Uma ex-servidora seria concursada da "Casa". Já uma ex-assessora, é cargo de confiança e, portanto, foi indicada por alguém.
Parece que a tentação de saber quem é, como foi, enfim, todas essas coisas que mobilizam a curiosidade humana, de repente desapareceram dos nossos editores e jornalistas. Nossa mídia tão ávida em criar factóides, ficou "cautelosa". Mas não seria este o momento de ressuscitar o velho e bom jornalismo investigativo e tirar do anonimato todas essas "personalidades"?
Não faltam exemplos desta capacidade: sempre tem uma máquina escondida para filmar as mulheres da Via Campesina, Ministro de Estado pela janela do Palácio e por aí vai.
Assim, podemos trocar a palavra "cautela" por omissão premeditada, sem medo de errar. O negócio mesmo é proteger os "amigos" com a maior cara-de-pau.
E mais uma vez, o nosso direito à informação que se lixe.

2 comentários:

Anônimo disse...

concordo com o teu ponto de vista, os verdadeiros beneficiarios desta quadrilha dos selos estão sendo acobertados pela mídia escravista-oligarquica e gaucha.

Anônimo disse...

Boicote. Não sei se é o que justifica a baixada de bola da globo,mas pelo sim ou não,talvez fosse este o caso de patrocinadores das mentiras e sonegação da informação na rede rbs. Não há ibope que convença o bolso do patrocinador quando o retorno é negativo.