24 de dezembro de 2007

glitter graphics
Eu e meus dois irmãos crescemos com pai assumidamente ateu e mãe criada numa família nenhum pouco religiosa. Lembro de ver meus avós maternos irem à igreja somente em casamentos religiosos ou missas de falecimento. Mas na sexta-feira santa, domingo de páscoa e natal, meu avô tornava essas datas memoráveis: peixe, chocolates, ceia natalina e presentes. No natal, ele comprava peru vivo em Charqueadas para o Zé Maria, cozinheiro de longa data, prepará-lo para a ceia da casa. Cada viagem até lá, era precedida de muita expectativa pelos netos que o acompanhavam: a passagem pela chaminé da Aços Finos Piratini, onde o Dindo Nilson (que tinha carro e era padrinho do meu irmão do meio) passava bem devagar pela chaminé fumegante, só para mostrar a “casa da catia batia”, meu apelido, “herdado” de uma bruxa de programa infantil da TV argentina. Lembro da minha indignação e, ao mesmo tempo, da sensação agradável que me dava tamanha implicância! Às vezes, esse “itinerário” era feito na volta para Porto Alegre. Acho que, se ele esquecesse, eu ficaria bem triste...
Assim, aprendi a gostar destas festas cristãs pelo que elas significavam para a nossa família em termos de convívio: parar um pouco a rotina e passar bons momentos com as pessoas de quem a gente gostava e podia reunir. Escolher presentes para dar de natal sempre foi uma tarefa definitivamente estressante, mas, na hora da troca, resultava em pura diversão.
Pensando bem, fora o aniversário, que outros momentos criamos para estarmos juntos? Ainda que a gente se prenda, até hoje, pelo calendário gregoriano e suas festas cristãs, estes momentos representam alegria, afeto e, claro, aqueeeeelaaaa saudade...
Passarei uma noite agradável: natal com o filho em casa, pais com saúde, meu companheiro, irmão, cunhada, todos na casa de sua sogra. Comeremos à farta e riremos, novamente, das velhas histórias e, claro, das novas.
Desejo, aos leitores e às leitoras do Dialógico, que tenham a mesma alegria que nós nesta noite.
Claudia.

4 comentários:

Daniel Pearl Bezerra disse...

Desejo a você um MARAVILHO e ABENÇOADO 2008! Gostaria de convidar a assistir ao nosso novo vídeo YuoTube:
“GLOBO NADA A VER” (IMPERDÍVEL. A história da maior indústria televisiva de manipulação do Brasil.
http://br.youtube.com/watch?v=glDpM7x9YAg
Endereço do blog:
http://desabafopais.blogspot.com/
Um abraço, Daniel – editor.

Anônimo disse...

Querida Cláudia,

Desejo a toda a tua família um fim de ano repleto de tudo o que o Pai costumava dizer que era o suficiente pra melhorar o que já está bom e para começar a diminuir os efeitos daquilo que está ruim em nossas vidas:

- Saúde, felicidade, juízo, paz, amor e harmonia!

Com essas seis coisas em mente, construiremos e reconstruiremos todas as pontes afetivas, profissionais e lúdicas.

Um abração também para o Eugênio, para o Felipe e para toda a família!

Anônimo disse...

Obrigada, Hélio!

Anônimo disse...

Oi Claudia,

Sabias que morei 8 anos em Charqueadas e meu pai trabalhou na Aços Finos Piratini? Como esse mundo é pequeno ...

Eu também me lembro da Brujita Cachavacha (a tua "Catia Batia"), mas de meus pais sempre falarem para mim dela, já que eu era muito pequena, quando saí da Argentina.

Um grande beijo desta comadre alienada e apolitizada (não fui sempre assim, viu????) :-P

Carla