31 de janeiro de 2008

Um circo chamado "Painel RBS"

Que os grupos circenses não se ofendam, mas um chororô daqueles foi produzido pelo PRBS com a presença do Ministro Tarso Genro, Ministra Dilma Rousseff e senador Pedro Simon (PMDB/RS), mediação do debate pela Ana Amélia Lemos, mais a presença dos jornalistas Rosane de Oliveria, André Machado e David Comibra.
Leitura completa no Cel3uma aqui. Uma palhinha da postagem:
Finalmente, chega o Momento Painel, dia 29 de janeiro, o ato principal. Luzes. Simon anima a claque e insiste no tema da influência e no poder dos ministros gaúchos para garantir o atendimento dos pleitos locais. O sábio franciscano esquece que é trabalho dos parlamentares garantir pleitos locais. Aos ministros cabe se preocupar com toda a federação de estados sem tratamento diferenciado para seus estados de origem, como disse Tarso Genro.
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Sobra muito pouco para o Rio Grande e o seu povo, quando ambos perdem a vergonha na cara, um por ter votado e o outro por não fazer jus ao voto recebido. A pantomima encenada pelo senador vitalício Pedro Simon no tal painel da RBS, dá uma visão melancólica do nível a que chegou a política no RS. Com seu costumeiro dedo em riste - a foto não deixa mentir - Simon deita cátedra sobre como os outros devem fazer, aquilo que ele próprio nunca realizou. Essa encenação é muito boa para amealhar votos de eleitores despolitizados e suscetíveis à conversa fiada. Mas que de nada adianta, quando confrontada com a dura realidade que está a nossa frente e para a qual fomos empurrados por dois desatrosos governos do partido do senador e, agora, por um governo do PSDB que conta com seu total apoio Todos esses desgovernos muito bem blindados pela mídia corporativa, capitaneada pelo PRBS.
O tal painel, como bem observou o Cel3uma, vinha sendo preparado durante todo o mês de janeiro, a fim de criar um palanque para alguém que não tem nada a dizer. Como sempre, espanta a inocência do PT que, mais uma vez, entra de sangue doce num jogo de cartas marcadas para diluir responsabilidades por esse fracasso político em que se tornou o RS.
Resta saber o que se passa no íntimo do senador: será que ele se sente envaidecido ao ser apontado como uma espécie de reserva moral e ética do nosso estado, ou por ter sido um político profissional a vida toda, simplesmente, mantém a pose, sabendo que tudo o que ele diz e o que nada faz não tem o menor resultado prático sobre a realidade que nos cerca. A não ser, é claro, se considerarmos como resultado prático, a compulsão de se manter no poder indefinidamente.

3 comentários:

Anônimo disse...

Caros Eugênio e Cláudia,

Excelente texto. "Visão melancólica" e diluição de responsabilidades" foram expressões extremamente felizes.

E o que dizer sobre a legitimação de nosso privilegiado interlocutor pela esquerda ministerial guasca, como se se devesse alguma satisfação ao RS, e principalmente ao PRBS, só por se ser gaúcho?

Que barbaridade um negócio desses.

Anônimo disse...

Marcelo, a coisa toda está muito mal parada. O debate sobre a análise conjuntoral do RS seria bem-vindo, com a presença de ministros do Estado e senadores, caso fosse uma iniciativa dos partidos de oposição ao desgoverno Yeda, como uma proposta do PT e seus aliados e aberta a todos os jornalistas para questões pertinentes. Por mais que o Tarso e a Dilma tenham dito "verdades verdadeiras", de deixar o senador e os jornalistas envergonhados, ao final, o "show" foi do perguntador senil, não dos ministros. Quer dizer, aproveita-se pouco o espaço, porque a coisa é feita no sentido de "diluir as responsabilidades", como bem assinalaste, não de mostrar as ações federais e a inação estadual. Uma lástima!

O essencial é invisivel disse...

Baita bravateiro. Figura com singular capacidade na arte da enrolação. O dedo, a voz grave e alta, e toda admiração e jubilo por parte dos nojentos da Azenha. Assim se resume esse Simon.