Chamou-nos atenção a capa do Diário Gaúcho do dia 5 de março. Este pasquim, um dos mais asquerosos produzidos pela mídia corporativa e direcionado às classes D e E, estampa como manchete principal:
A escolha da palavra "falha" não é por acaso. Ela implica em duas coisas:
1) escamoetar o próprio sentido da matéria, que trata de uma falha no sistema do Detran. Tal falha permite a compra de certificados falsos, a fim da obtenção de carteira especial de motorista, o que, ao final, também constitui fraude, o que a própria matéria acaba admitindo em seu conteúdo (AQUI);
2) evitar a associação dessa fraude com a fraude maior, investigada pela CPI do Detran, citada de passagem pela notícia do jornalequinho. A população, em conta-gotas, recebe "informações" de que existe uma CPI investigando o Detran, mas não debate a razão da mesma, a possível vinculação dessas fraudes entre si, nem que esta CPI foi motivada pela descoberta de uma fraude iniciada no governo Rigotto e que adentrou o governo Yeda. "Ameniza-se" a questão de fundo, dissociando-se os fatos.
Assim, a palavra "fraude" não ganha destaque, e o povão continua desinformado sobre o que é a CPI do Detran e, de quebra, "crê" que se trata de uma falhazinha qualquer, de fácil reparação. Pois seria demais esperar de um jornal de direita, defensor dos governos estadual e municipal com unhas e dentes e anabolizado com seus selos-troca-panelas, agir de outra maneira!
Noutras circunstâncias, entenda-se noutro governo antipático a RBS, a manchete seria: "Mais uma fraude no Detran".
E tem gente de esquerda que ainda não aceita o conceito da formação de subjetividades via mídia...
________________________
A despeito da investigação pela Polícia Federal e CPI da ALERGS, o esquema de fraude, ao que parece, continua a pleno vapor dentro do Detran.
Nenhum comentário:
Postar um comentário