6 de junho de 2008

Uma tarde de ventiladores sujos

Hoje, ao que parece, o Governo Yeda entrou no brete. Aquilo que a CPI não havia conseguido ainda, a artimanha do Feijó conseguiu. A gravação que ele fez da conversa que teve com César Busatto no dia 26 de maio, expôs as entranhas do governo.

Busatto faz como que uma radiografia da forma da direita fazer política, loteando o poder e aparelhando a máquina pública para financiar seus partidos.

Feijó, pelo visto, matreiramente, calculou todos os movimentos para divulgar essa gravação, feita dias atrás, de forma que ela tivesse a maior repercussão possível. Estão evidentes as suas intenções, de aproveitar o momento para tentar assumir o governo do Estado.

Feijó constrói, para si, a imagem de um homem probo, que não tolera os esquemas da política tradicional. Só que, curiosamente, na gravação, ele faz uma declaração que não chamou a atenção de ninguém, pois não houve repercussão. Denunciou que todo o mundo já sabia do esquema do Detran desde 2003, ele inclusive, bem como do esquema do Banrisul. Quando cobrado por Busatto, por que não denunciou ao Rigotto tais esquemas, alegou que ele era "apenas" o presidente da Federasul, que não seria ouvido.

É fato que, quando Feijó assumiu, imediatamente denunciou o esquema do Banrisul. Mas por que não denunciou também o esquema do Detran, que só estourou em outubro de 2007? Se antes tal denúncia não surtiria efeito, como vice-governador a repercussão seria outra. E se não fosse por isso, deveria ser pela obrigação sua, como segunda autoridade do estado, denunciar todos os esquemas de seu conhecimento. Quem denuncia um escândalo, denuncia dois...

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