17 de agosto de 2008

As peripécias do Passat da governadora Yeda

Do RSurgente:
O Passat alemão 1998 que pertenceu à governadora Yeda Crusius (PSDB) já passou por várias mãos desde o final de 2006, inclusive por mãos criminosas. No dia 2 de dezembro de 2006, um sábado, o automóvel foi roubado por volta das 20 horas, na rua Casemiro de Abreu, em Porto Alegre. Quem estava na direção era Delson Martini, amigo de longa data de Yeda Crusius e futuro secretário-geral do governo tucano. Na época, Martini relatou à polícia que foi abordado por dois homens que levaram o veículo. Ele acionou a Brigada Militar e informou que o Passat pertencia à futura governadora. Policiais do 9° Batalhão da Polícia Militar, da 10ª Delegacia de Polícia e do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) saíram à procura do veículo ainda na noite de sábado, encontrando-o no domingo, por volta das 22 horas, no bairro Partenon.
Na segunda-feira (4) pela manhã, Delson Martini foi à 10ª DP depor e buscar o carro. Na tarde de segunda-feira,
4 de dezembro, a assessoria de Yeda Crusius confirmou que o veículo já estava na garagem do prédio da governadora eleita. Todos esses dados foram divulgados pela imprensa em dezembro de 2006. Conforme a explicação oficial da governadora, o carro foi vendido para o próprio Delson Martini por R$ 32 mil e, posteriormente, repassado para uma outra pessoa não identificada. Em entrevista à rádio Gaúcha, no dia 14 de agosto de 2008, o advogado da governadora, Paulo Olimpio Gomes de Souza reafirmou que o dinheiro da venda do Passat para Martini foi usado integralmente para a compra da casa. Além disso, informou que a escritura de compra e venda foi assinada no dia 6 de dezembro de 2006, ocasião em que Yeda teria efetuado o p
agamento de R$ 550 mil para Eduardo Laranja da Fonseca. Pagamento envolvendo cheque, segundo ele. Ou seja, no dia 5 de dezembro, a governadora já teria disponibilizado os recursos para a compra da casa.
Considerando esses dados, na véspera do pagamento a Laranja, o Passat ainda pertencia à governadora. São os relatos do próprio Martini e da assessoria de Yeda, por ocasião do assalto e da recuperação do carro no dia 4 de dezembro que afirmam isso.
Na entrevista à rádio Gaúcha, Paulo Olimpio Gomes de Souza disse que a cadeia sucessória do Passat está à disposição no Detran, com as datas das transações e o nome das partes envolvidas. Levando em conta o depoimento de Martini à polícia em 4 de dezembro de 2006, neste dia o carro ainda pertencia à governadora Yeda Crusius. Menos de 24 horas depois, segundo a versão oficial, o automóvel já teria sido comprado pelo próprio Martini para ajudar no pagamento da casa. E, pouco tempo depois, foi repassado para outra pessoa, cuja identidade não é conhecida.
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Está difícil derrubar a governadora, ainda mais com uma imprensa co
mprometida até os dentes com este governicho (o parágrafo da folha 56 do relatório do MPF não foi esclarecido pelas próprias empresas de mídia da capital, as primeiras interessadas em esclarecer tal generalização - ou não?). Mas é um bálsamos verificar o quanto a turma que ganhou a eleição, num caso típico de estelionato eleitoral, está enrolada! Não é à toa que o candidato Nelson Marchezan Jr. (PSDB) está lá embaixo nas pesquisas de intenção de voto à Prefeitura de Porto Alegre!

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