Fonte: Ecoagência de notícias
Em Porto Alegre, moradores do bairro Cidade Baixa estão preocupados com a construção de um edifício de 18 andares que, além de tirar o sol de dezenas de casas, vai derrubar árvores centenárias e expulsar muitos papagaios que se alimentam dos frutos das árvores desses terrenos. Eles questionam também a demolição de uma antiga casa, que poderia ser tombada pelo patrimônio histórico, e anunciaram para o próximo sábado, 23, às 17h, uma manifestação em frente ao local.
Os moradores procuraram os jornalistas da EcoAgência “por acreditar que vocês podem, e estão dispostos, a ajudar o planeta como um todo”. No primeiro contato enviaram algumas fotos dos papagaios que residem nessas arvores da Cidade Baixa. “Queremos tentar salvá-los de uma construção equivocada do capitalismo selvagem que está em nossa cidade. Um mega edifício sem preocupação com a população que está ao redor e seus habitantes papagaios, que vivem numa nogueira centenária e numa figueira que, cortadas, darão lugar às garagens desse empreendimento”, lamentam o empresário Egon Kunrath e o cartunista Santiago, ao reafirmarem: “Por favor, pedimos ajuda”.
“O arranha-céu está sendo construído pela Melnick”, dizem, ao explicar que “o empreendimento fará um paredão para todas as casas das ruas Alberto Torres e Luiz Afonso, destruindo todas as árvores e pássaros no caminho”. Kunrath e Santiago observam que os papagaios se alimentam das frutas das árvores que ficam nos fundos dos terrenos da quadra. “Para onde vão os papagaios, que já não tinham alimento na Redenção, pois lá as árvores não têm frutos?”.
A construção na Lima e Silva, 777, terá três torres de 18 andares e apartamentos de 62 metros quadrados cada. “Vai ter muita gente entrando e saindo, congestionando ainda mais a rua”, antecipa Kunrath. Uma das casas antigas que serão destruídas é o antigo restaurante cubano, cujo prédio é centenário. “Por que ser derrubado?”, questionam os moradores.
Trâmites do processo
Nesta semana, nos dias 20 e 21, a EcoAgência procurou informações sobre o trâmite do processo de liberação da obra, junto às assessorias de imprensa das Secretarias Municipais de Meio Ambiente e de Obras e Viação. Da Smam, a assessoria informa que a licença prévia ainda não autorizou o corte das árvores e que o projeto está na Smov.
De acordo com técnico da Smov que não quis se identificar, a primeira etapa do projeto foi aprovada em 18 de abril deste ano. “É um modelo simplificado, que dá direito a iniciar a obra, com as fundações”, diz, ao explicar que a segunda fase da obra é liberada a partir da conclusão das fundações. O técnico também informou que o processo número 002318573007 “está arquivado, porque não está tramitando”.
Ainda de acordo com o técnico, as compensações são definidas na fase da chamada carta de habitação ou habite-se. Antes disso, diz ele, o projeto volta para a Smam, que define a compensação. Ainda de acordo com a assessoria de imprensa da pasta ambiental, “é lei que 20% da área de qualquer empreendimento sejam permeáveis”.
Crédito foto: Phillip Lacey.
Por Adriane Bertoglio Rodrigues, especial para a EcoAgência. Reprodução autorizada, desde que citada a fonte.
Em Porto Alegre, moradores do bairro Cidade Baixa estão preocupados com a construção de um edifício de 18 andares que, além de tirar o sol de dezenas de casas, vai derrubar árvores centenárias e expulsar muitos papagaios que se alimentam dos frutos das árvores desses terrenos. Eles questionam também a demolição de uma antiga casa, que poderia ser tombada pelo patrimônio histórico, e anunciaram para o próximo sábado, 23, às 17h, uma manifestação em frente ao local.
Os moradores procuraram os jornalistas da EcoAgência “por acreditar que vocês podem, e estão dispostos, a ajudar o planeta como um todo”. No primeiro contato enviaram algumas fotos dos papagaios que residem nessas arvores da Cidade Baixa. “Queremos tentar salvá-los de uma construção equivocada do capitalismo selvagem que está em nossa cidade. Um mega edifício sem preocupação com a população que está ao redor e seus habitantes papagaios, que vivem numa nogueira centenária e numa figueira que, cortadas, darão lugar às garagens desse empreendimento”, lamentam o empresário Egon Kunrath e o cartunista Santiago, ao reafirmarem: “Por favor, pedimos ajuda”.
“O arranha-céu está sendo construído pela Melnick”, dizem, ao explicar que “o empreendimento fará um paredão para todas as casas das ruas Alberto Torres e Luiz Afonso, destruindo todas as árvores e pássaros no caminho”. Kunrath e Santiago observam que os papagaios se alimentam das frutas das árvores que ficam nos fundos dos terrenos da quadra. “Para onde vão os papagaios, que já não tinham alimento na Redenção, pois lá as árvores não têm frutos?”.
A construção na Lima e Silva, 777, terá três torres de 18 andares e apartamentos de 62 metros quadrados cada. “Vai ter muita gente entrando e saindo, congestionando ainda mais a rua”, antecipa Kunrath. Uma das casas antigas que serão destruídas é o antigo restaurante cubano, cujo prédio é centenário. “Por que ser derrubado?”, questionam os moradores.
Trâmites do processo
Nesta semana, nos dias 20 e 21, a EcoAgência procurou informações sobre o trâmite do processo de liberação da obra, junto às assessorias de imprensa das Secretarias Municipais de Meio Ambiente e de Obras e Viação. Da Smam, a assessoria informa que a licença prévia ainda não autorizou o corte das árvores e que o projeto está na Smov.
De acordo com técnico da Smov que não quis se identificar, a primeira etapa do projeto foi aprovada em 18 de abril deste ano. “É um modelo simplificado, que dá direito a iniciar a obra, com as fundações”, diz, ao explicar que a segunda fase da obra é liberada a partir da conclusão das fundações. O técnico também informou que o processo número 002318573007 “está arquivado, porque não está tramitando”.
Ainda de acordo com o técnico, as compensações são definidas na fase da chamada carta de habitação ou habite-se. Antes disso, diz ele, o projeto volta para a Smam, que define a compensação. Ainda de acordo com a assessoria de imprensa da pasta ambiental, “é lei que 20% da área de qualquer empreendimento sejam permeáveis”.
Crédito foto: Phillip Lacey.
Por Adriane Bertoglio Rodrigues, especial para a EcoAgência. Reprodução autorizada, desde que citada a fonte.
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