17 de janeiro de 2009

Pedagogia do "toma lá, dá cá"?

Como bem observou La Vieja, o Grupo RBS parece ter um interesse todo particular na permanência de Mariza Abreu à frente da Secretaria da Educação do RS. Contrariando o seu modus operandi de prestar apoio incondicional a todas as decisões de Yeda Crusius, inclusive na saída do guru neoliberal Aod Cunha, no caso desta Secretária, a RBS joga todas as fichas na sua permanência.
Para quem tem dúvidas, é só folhear a Zero Hora de sábado, dia 10 de janeiro de 2009. São quatro páginas com matérias referentes a esse assunto, além, é claro, do editorial que defende uma nova política de educação para o Estado, onde a palavra pedagogia aparece espremida entre as palavras gerenciamento e administração. Cita como bom exemplo a ser adotado, a política educacional implantada por Serra em São Paulo, onde, pasmem, foi empregado um projeto importado de... Nova Iorque! Como podemos ver, educação de 1º mundo!
Mas não seria a Zero Hora se, além disso, não sobrassem críticas ao CPERS pelo açodamento em deflagar a greve e a forma desastrada como foi concluída. Ah, claro! É sempre bom lembrar a intransgiência do CPERS em querer discutir as propostas da tal Secretária.
Contudo é sempre possível especular, por exemplo, sobre o que seriam o tal gerenciamento e administração do ensino no RS. Seriam escolas com equipamentos adequados nas salas de aula e demais dependências, equipe de nutrição e limpeza, departamentos pedagógicos, secretaria, biblioteca, laboratórios completos de ciência e informática, quadro de funcionários e professores com remuneração condizente com as suas qualificações e adequado ao número de alunos? Se for isso, então, não é o forte do Governo Yeda e muito menos de sua Secretária de Educação.
Então, qual é a do Grupo RBS? Teria preço esse apoio? Estariam eles com intenção, tal qual a Editora Abril, de participar do mercado de produção de material didático, garantindo, de saída, um bom naco desse segmento editorial? Ou a idéia é, simplesmente, destruir qualquer resquício de projeto pedagógico comprometido com a formação cidadã para atrelá-lo aos interesses imediatistas do mercado?



Os leitores devem estar estranhando o fato de tratarmos desse assunto passada uma semana. Mas é que, na sexta, encontramos a edição de sábado, dia 10, no lixo.

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