4 de julho de 2009

Porto Alegre um dia cantou: "PMDB Nunca Mais!"

Cel. Mendes inaugura monumento ao soldado morto cabo Valdeci de Abreu Lopes - 08/08/08

Neste final de semana, lemos duas coisas importantes relacionadas a política no RS. A primeira, sobre a ação da BM contra os sem-terra, em 8 de agosto de 1990, no caso que ficou conhecido como "o conflito da Praça da Matriz", no qual um policial morreu devido a um corte no pescoço e os sem-terra, para fugir da perseguição policial, esconderam-se na Prefeitura de Porto Alegre. Um grupo de portoalegrenses dirigiu-se até o Paço Municipal, fez uma barreira humana entre a polícia e o prédio da Prefeitura e gritou "abaixo a repressão" e "PMDB nunca mais"*.
A segunda, artigo do Weissheimer para o seu blog RSurgente, do qual destacamos seus dois últimos parágrafos:
Também no mundo real, os pais políticos de Yeda Crusius (PSDB) combinam uma operação dupla, tentam desesperadamente segurar um governo que se esvai a cada dia, barrando a instalação de uma CPI da Corrupção na Assembléia Legislativa. Tentam salvar os próprios dedos, também seriamente chamuscados por denúncias de corrupção. E, ao mesmo tempo, procuram esconder sua responsabilidade pelo atual estado de coisas no Rio Grande do Sul. Esses pais têm nome e sobrenome: Pedro Simon, Eliseu Padilha, Germano Rigotto e José Fogaça são alguns deles. Todos seguem sustentando o arremedo de governo instalado no Piratini, mas cuidam para não serem associados ao mesmo.

Nos últimos anos, construiu-se no Estado algo chamado de “anti-petismo”. Curiosamente, nunca se ouviu falar de um “anti-peemedebismo”. Mas qual é mesmo o legado do PMDB para o Estado do RS? Do governo Britto até hoje, com exceção dos quatros anos do governo Olívio Dutra (PT), o PMDB sempre esteve no poder. Ao contrário do que acontece cotidianamente com o PT, nunca foi cobrado publicamente por suas ações e pelo que deixou para o Estado. Qual é o balanço das privatizações, por exemplo? O Estado avançou ou retrocedeu do ponto de vista de uma agenda de desenvolvimento social? O governo Yeda Crusius representa o ápice de um processo de degeneração política e cultural de um Estado que, segundo alguns, seria o mais politizado do país. Quem é afinal, responsável, pelos constrangedores e vergonhosos dias que estamos vivendo hoje?

Que memória curta desse povo, hein? Como bem pergunta o Marco, que legado deixou o PMDB para o nosso estado? E qual o papel da mídia corporativa para esse estado de coisas no RS?

*LERRER, Débora Franco. De como a mídia fabrica e impõe uma imagem: "A degola" do PM pelos sem-terra em Porto Alegre. Rio de Janeiro: Revan, 2005, p. 55.
Imagem: Dialógico.
Atualizado em 5/7/09 - 00h51min

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