5 de outubro de 2009

Ato Fora Yeda

Parque Marinha do Brasil, dia 4 de outubro de 2009

Ainda há muito a fazer em matéria de atrair o público. Será preciso analisar as razões para tão pouca mobilização, quando temos um governo caindo de maduro por tanta corrupção!
Também sentimos falta da presença da mídia corporativa. Mesmo sem apoiar a ato, o evento não atraiu nem matéria de gaveta! A não ser, que tenha havido a presença de fotógrafos da P2 para "dar conta do recado"...

----------------

Vimos, no Cloaca News, foto do ato tirada do palco para o público. É, a mídia corporativa não circula no meio do povo...

Atualizado em 5/10/09 às 18h19min.

Acima, faixa de juventude secundarista.



Abertura: apresentação da Família Sarará

Pedrinho Guareschi e Dep. Fed. Luciana Genro [PSOL/RS]


Rejane de Oliveira, Presidente do CPERS

Barraca do Julgamento Popular

Leonardo

Dep. Fed. Luciana Genro e o Ver. Pedro Ruas [PSOL/RS]

Dep. Est. Stela Farias [PT/RS] e Celso Woyciechowski, Presidente da CUT/RS

Ver. Sofia Cavedon [PT/RS]


Dep. Est. Raul Pont [PT/RS]

Pedro Munhoz

Homenagem ao sem terra Elton Brum

Intersindical

O Guaíba é nosso!



Momento chinelagem: dois carros de som passavam a todo instante. Por que será?????


Fotos: Dialógico

7 comentários:

heliopaz disse...

Cláudia,

É muito fácil compreender por que a maioria das pessoas dá de ombros para qualquer mobilização nesse sentido: porque a democracia representativa representa prioritariamente os interesses dos patrocinadores da mídia corporativa, que são os mesmos que garantem a maioria dos empregos da classe média.

Além disso, a esmagadora maioria do funcionalismo público reconhece em si um caráter muito mais técnico do que ideológico.

A bem da verdade, quando não existe formalmente um regime de exceção, esta costuma ser a prática mais usual. Logo, prevalece a consciência de que o funcionário público trabalha para atender aos cidadãos em geral e não a interesses privados - e nem tampouco pessoais.

O funcionário público que não é CC (esses, sim, ou se beneficiam, ou se ferram) deve necessariamente atender a duas pontas simultaneamente:

a) As diretrizes gerais, que decorrem de um projeto de estado que independa de partidos e da persona do executivo;

b) E as diretrizes pontuais relacionadas ao método de execução e aos objetivos pontuais traçados pela ideologia que ora é governo.

Diante da hiperexposição midiática da corrupção (isso independe de quem e de como seja direcionado quando analisa-se friamente os fatos), cada um fica na sua para se proteger.

Além disso, a classe média é eminentemente conservadora - e Palomas apresenta uma classe média bastante ampla.

Finalmente, a esmagadora maioria das pessoas que possuía maior interesse em envolver-se diretamente em política ou já morreu, ou está aposentada. Inclusive grande parte de seus herdeiros de militância (a maioria na faixa dos 45 a 55 anos) insiste em seguir a mesma toada, sem perceber o quanto o mundo mudou.

Métodos superados, teorias superadas, práticas superadas, desconhecimento das armas do inimigo e por aí afora.

É preciso ser mais lúdico. É preciso ser mais assertivo. É preciso ser mais digital. É preciso ser menos panfletário.

Do contrário, eventos como o de ontem permanecerão sendo quixotescos.

Besos,
Hélio

Galeano disse...

Esse rapaz deve ser filho da Rosane de Oliveira... Que coisa mais obtusa!!!

Redação disse...

Achei válida a crítica construtiva do Hélio. O evento estava bom, mas poderia ter sido melhor. É preciso rever os métodos de divulgação da informação, a mídia mudou, os jovens (16-18 anos) mudaram, é preciso mais dinâmica! abraços!

Claudinha disse...

Hélio, sim e não na argumentação. Precisamos ir para as ruas, gostando a classe média ou não. isso não está ultrapassado, nem estará. É na rua que se dá a visibilidade do descontentamento, seja pelos muros, seja pelo povo em marcha. Não se pode ficar apenas no espaço digital para manifestar nossas inquietudes, preocupações, nossos desgostos, bem como denunciar descalabros, maldades e afins.
Ainda pelo viés do não, a população atende a chamados panfletários, via publicidade. Quer coisa mais panfletária do que "compre, compre e compre e seja feliz"? É na qualidade da panfleteação que reside a diferença entre aderir ou não "à causa": na publicidade, aguça-se os desejos; na política, aguça-se a razão. E é por aí que precisamos estudar mais o fenômeno da despolitização do povo.
Mas passemos para o sim: é preciso compreender o fenômeno mídia e estabelecer novas formas de comunicação. Isso será inevitável, uma vez que as novas tecnologias comunicacionais nos empurram a ir para a frente.
Na verdade, quando escrevi o post, estava mais preocupada com o campo que se mobiliza: essa gente não participou. As entidades representativas não levaram, para o Marinha, os seus pares. Isso fica ruim para o movimento e muito chato para quem denuncia. De fato, como bem apontas, difícil mobilizar quem não está nem aí. O nosso desafio será como fazer as pessoas a "estarem aí" politicamente falando.

heliopaz disse...

Cláudia,

O que eu questiono é o não-funcionamento da retórica. A retórica é ultrapassada e só atinge ao pessoal de mais idade. De modo geral, maioria dos participantes de discussões no Fórum de Entidades, nas associações de bairro e em manifestações contra políticos corruptos é feita por funcionários públicos aposentados de esquerda.

Eu não acho que a juventude seja burra e alienada, mas esse discurso não cola. E é dela que precisamos. Os outdoors e os cartazes do Fora Yeda funcionaram. Agora, o site com a votação funciona mais ainda.

Alugar carro de som pra bradar gritos chatos e fazer showzinhos com artistas inexpressivos não atrai a gurizada.

A mobilização política e social mais eficiente começa no online, mas não é pelos blogs, que são normalmente voltados para o pessoal de mais idade e possuem um discurso sisudo, extenso e nada assertivo.

A linguagem da publicidade é muito mais eficiente do que a linguagem jornalística. O pessoal do movimento cicloativista em São Paulo, os Amigos da Gonçalo de Carvalho aqui e os smartmobs (mobilização esperta, via torpedos e publicação de fotos de celular de grupos de pessoas segurando cartazes em pontos estratégicos das grandes cidades) funcionam muito melhor.

Do contrário, é como eu constatei na minha dissertação: não importa a ideologia nem se estão dizendo a verdade ou não, quaisquer articulistas jogam para a torcida, isto é, para quem pensa igual. Não produzem diferença nem causam estranhamento suficiente.

Até mesmo a questão da mídia de massa é semelhante: ao contrário do que se pensa, o poder de fazer a cabeça do PIG nunca foi totalizante. Quem assiste JN feito uma besta quadrada é a versão atual dos "tios" que ficavam sentados na poltrona predileta ouvindo horas de rádio ou das "tias" tricoteiras das cadeiras de balanço.

O que pega pesado é a formação oligárquica, clientelista e medrosa do brasileiro. Porém, com a superexposição midiática e com a horizontalidade da emergência dos processos em rede, mesmo a partir de uma cultura consumista e de pouco aprofundamento, as contestações eclodem com mais facilidade e com menos censura.

Eu vejo uma galera muito antenada no interior de São Paulo, em Santa Maria... Mas não vejo quase nada em POA. Quase nada em termos de um uso lógico das armas que as TICs nos proporcionam.

Olha... Tá difícil encontrar exemplos de ciberativismo no Bovinão. Isso é uma pena, pois eu vejo tanta coisa no Nordeste...

Eu me disponho a fazer uma workshop e a mostrar exemplos. Posso estar até enganado, mas não vejo muita receptividade na idéia. E isso eu credito à resistência e ao conservadorismo contra o "novo", além da preguiça.

Enfim... São resquícios da crença absoluta na democracia representativa e na visão sindical que precisam ser tratadas com carinho e aos poucos. Só não sei se eu consigo ter paciência quando percebo excesso de opinião formada e cristalizada...

Besos,
Hélio

heliopaz disse...

Isso aqui é o que funciona melhor: http://tsavkko.blogspot.com/2009/10/flash-mob-e-criminalizacao-do-mov.html

Besos,
Hélio

Claudinha disse...

Gostei da análise do autor e gostei da idéia. Só não sei se "pega", uma vez que é preciso politização e inclusão digital. Mas é de se tentar.
Abraço!