8 de dezembro de 2009

Dada a largada para a construção da imagem positiva de Fogaça


Collor de Mello foi o primeiro caso*

Parece que valeu a pressão do PDT sobre o PMDB para a definição de seu candidato ao governo do RS: José Fogaça, prefeito de Porto Alegre, foi o escolhido. O PDT sonha com a possibilidade de José Fortunati, após cumprir dois anos de mandato, ser eleito por mais quatro.

No entanto, cremos que há mais coisas aí. Face às novas denúncias de corrupção na Prefeitura, o negócio foi lançá-lo candidato de uma vez, para que se inicie a pressão abafa, a la yeda crusius, através da mídia corporativa, capitaneada pela RBS e os porta vozes do Nelson Sirotsky-Pedro Parente-Armínio Fraga: Rosane de Oliveira e Lasier Martins.

Não só o abafa, mas a campanha positiva do candidato RBS-Farsul-Fiergs, sem sombra de dúvida, o atual Prefeito de Porto Alegre! A [des]governadora Yeda Crusius [PSDB-PRBS] deve estar espumando pela boca, percebendo que ficará à deriva, à sua própria sorte em 2010. Com o agravante da falta de apoio do PSDB nacional, evidenciado pelo programa político gratuito dias atrás, em que nem ela, nem FHC apareceram, ou foram citados.

Voltando ao Caso Fogaça, é só sentar e aguardar. Não há dúvidas de que isso irá acontecer.

No mais, é observar como será a campanha do Min. Tarso Genro [PT]. Será que ele dará um chega para lá no adversário político, José Fogaça, como fez com o candidato César Busatto em 2000, ao vivo, na TV, durante debate da campanha? A saber.


*Venício A. de Lima, em seu livro Mídia, Teoria e Política, cita as três novelas globais que ajudaram a preparar opinião pública favorável ao então Governador de Alagoas: Vale Tudo, Que Rei sou eu e O Dono do Mundo.

Fotos: Fernando Gomes

Atualizado às 13h36min.

Um comentário:

Hélio Sassen Paz disse...

Há quanto tempo já falei nisso? http://heliopaz.com/2009/06/01/fortunatti-futuro-prefeito-de-poa-e-governador-do-rs/

A verdade é que não adianta falar nesses termos. Não importa falar sobre pessoas e partidos mas, sim, sobre idéias.

Causas podem ser defendidas e obterem adesões interessantes da classe média urbana. Não interessa defender partidos ou ideologias (embora cada um tenha o seu).

Se defender o PT ou o PSDB, muita gente irá se voltar contra; o mesmo vale p/Tarso, Fogaça, etc. A pessoa, o partido, a história (se se envolveu com a ditadura ou não) não importa para as pessoas e não desconstrói nem desmascara a mídia corporativa e seus patrocinadores.

Chegamos a um ponto em que se deve esperar pessoas de diferentes lugares e ideologias unidas por uma agenda comum, mas sem que se obrigue ou se espere que todos participem sempre dos mesmos movimentos e agindo sob uma liderança central e sempre seguindo uma lógica marxista de mobilização.

Não dá mais pra pensar em massa, em classe, em povo: a multidão é dispersa e não será nunca uniforme. Os movimentos que se auto-organizem, sem um chefe, um líder, uma instituição.

É por isso que o único movimento que utilizou o ciberativismo e obteve algum resultado em POA foi o dos Amigos da Gonçalo de Carvalho. Nada que é partidarizado, sindicalizado ou ideologizado funciona mais, pois parte-se do pressuposto de que esse discurso é evangelizador e mascara uma parte da história - o que não deixa de ser verdade.

Ou se para pra pensar em outra estratégia, ou só se escreve para a torcida, fazendo às avessas o que o PIG faz...

[]'s,
Hélio