Ao que parece, a candidata Dilma Rousseff já empatou com José Serra nas pesquisas de intenção de votos da eleição deste ano.
Quem passa em frente às bancas de jornais, lê as capas da revista Veja e tem dois neurônios, fica chocada com o tamanho da cara de pau do Civita, ao publicar tanta barbaridade, principalmente, uma semana depois de ter o factoide do Bancoop desmascarado, inclusive, pela própria Justiça.
Sendo assim, como o PT é um partido sem mídia e o eleitorado se contorce de fúria frente à tanta mentira, tanta manipulação, tanta partidarização disfarçada de imparcialidade e sem resposta à altura, segue excelente artigo de Mauro Carrara, disponibilizado pelo blog Escrivinhador.
Será o trabalho de formiga, pacientemente realizado pelo eleitorado militante, que, talvez, consiga superar i) a incompetência da esquerda em criar seus próprios meios de comunicação, bem como ii) a incapacidade de enfrentar o fim do oligopólio midiático por quem cabe a responsabilidade de legislar sobre esse tema.
Operação “Tempestade no Cerrado”: o que fazer?
Mauro Carrara
(O PT é um partido sem mídia... O PSDB é uma mídia com partido).
“Tempestade no Cerrado”: é o apelido que ganhou nas redações a operação de bombardeio midiático sobre o governo Lula, deflagrada nesta primeira quinzena de Março, após o convescote promovido pelo Instituto Millenium.
A expressão é inspirada na operação “Tempestade no Deserto”, realizada em fevereiro de 1991, durante a Guerra do Golfo.
Liderada pelo general norte-americano Norman Schwarzkopf, a ação militar destruiu parcela significativa das forças iraquianas. Estima-se que 70 mil pessoas morreram em decorrência da ofensiva.
A ordem nas redações da Editora Abril, de O Globo, do Estadão e da Folha de S. Paulo é disparar sem piedade, dia e noite, sem pausas, contra o presidente, contra Dilma Roussef e contra o Partido dos Trabalhadores.
A meta é produzir uma onda de fogo tão intensa que seja impossível ao governo responder pontualmente às denúncias e provocações.
As conversas tensas nos "aquários" do editores terminam com o repasse verbal da cartilha de ataque.
1) Manter permanentemente uma denúncia (qualquer que seja) contra o governo Lula nos portais informativos na Internet.
2) Produzir manchetes impactantes nas versões impressas. Utilizar fotos que ridicularizem o presidente e sua candidata.
3) Ressuscitar o caso “Mensalão”, de 2005, e explorá-lo ao máximo. Associar Lula a supostas arbitrariedades cometidas em Cuba, na Venezuela e no Irã.
4) Elevar o tom de voz nos editoriais.
5) Provocar o governo, de forma que qualquer reação possa ser qualificada como tentativa de “censura”.
6) Selecionar dados supostamente negativos na Economia e isolá-los do contexto.
7) Trabalhar os ataques de maneira coordenada com a militância paga dos partidos de direita e com a banda alugada das promotorias.
8) Utilizar ao máximo o poder de fogo dos articulistas.
Quem está por trás
Parte da estratégia tucano-midiática foi traçada por Drew Westen, norte-americano que se diz neurocientista e costuma prestar serviços de cunho eleitoral.
É autor do livro The Political Brain, que andou pela escrivaninha de José Serra no primeiro semestre do ano passado.
A tropicalização do projeto golpista vem sendo desenvolvida pelo “cientista político” Alberto Carlos Almeida, contratado a peso de ouro para formular diariamente a tática de combate ao governo.
Almeida escreveu Por que Lula? e A cabeça do brasileiro, livros que o governador de São Paulo afirma ter lido em suas madrugadas insones.
O conteúdo
As manchetes dos últimos dias, revelam a carga dos explosivos lançados sobre o território da esquerda.
Acusam Lula, por exemplo, de inaugurar uma obra inacabada e “vetada” pelo TCU.
Produzem alarde sobre a retração do PIB brasileiro em 2009.
Criam deturpações numéricas.
A Folha de S. Paulo, por exemplo, num espetacular malabarismo de ideias, tenta passar a impressão de que o projeto “Minha Casa, Minha Vida” está fadado ao fracasso.
Durante horas, seu portal na Internet afirmou que somente 0,6% das moradias previstas na meta tinham sido concluídas.
O jornal embaralha as informações para forjar a ideia de que havia alguma data definida para a entrega dos imóveis.
Na verdade, estipulou-se um número de moradias a serem financiadas, mas não um prazo para conclusão das obras. Vale lembrar que o governo é apenas parceiro num sistema tocado pela iniciativa privada.
A mesma Folha utilizou seu portal para afirmar que o preço dos alimentos tinha dobrado em um ano, ou seja, calculou uma inflação de 100% em 12 meses.
A leitura da matéria, porém, mostra algo totalmente diferente. Dobrou foi a taxa de inflação nos dois períodos pinçados pelo repórter, de 1,02% para 2,10%.
Além dos deturpadores de números, a Folha recorre aos colunistas do apocalipse e aos ratos da pena.
É o caso do repórter Kennedy Alencar. Esse, por incrível que pareça, chegou a fazer parte da assessoria de imprensa de Lula, nos anos 90.
Hoje, se utiliza da relação com petistas ingênuos e ex-petistas para obter informações privilegiadas. Obviamente, o material é sempre moldado e amplificado de forma a constituir uma nova denúncia.
É o caso da “bomba” requentada neste março. Segundo Alencar, Lula vai “admitir” (em tom de confissão, logicamente) que foi avisado por Roberto Jefferson da existência do Mensalão.
Crimes anônimos na Internet
Todo o trabalho midiático diário é ecoado pelos hoaxes distribuídos no território virtual pelos exércitos contratados pelos dois partidos conservadores.
Três deles merecem destaque...
1) O “Bolsa Bandido”. Refere-se a uma lei aprovada na Constituição de 1988 e regulamentada pela última vez durante o governo de FHC. Esses fatos são, evidentemente, omitidos. O auxílio aos familiares de apenados é atribuído a Lula. Para completar, distorce-se a regra para a concessão do benefício.
2) Dilma “terrorista”. Segundo esse hoax, além de assaltar bancos, a candidata do PT teria prazer em torturar e matar pacatos pais de família. A versão mais recente do texto agrega a seguinte informação: “Dilma agia como garota de programa nos acampamentos dos terroristas”.
3) O filho encrenqueiro. De acordo com a narração, um dos filhos de Lula teria xingado e agredido indefesas famílias de classe média numa apresentação do Cirque du Soleil.
O que fazer
Sabe-se da incapacidade dos comunicadores oficiais. Como vivem cercados de outros governistas, jamais sentem a ameaça. Pensam com o umbigo.
Raramente respondem à injúria, à difamação e à calúnia. Quando o fazem, são lentos, pouco enfáticos e frequentemente confusos.
Por conta dessa realidade, faz-se necessário que cada mente honesta e articulada ofereça sua contribuição à defesa da democracia e da verdade.
São cinco as tarefas imediatas...
1) Cada cidadão deve estabelecer uma rede com um mínimo de 50 contatos e, por meio deles, distribuir as versões limpas dos fatos. Nesse grupo, não adianda incluir outros engajados. É preciso que essas mensagens sejam enviadas à Tia Gertrudes, ao dentista, ao dono da padaria, à cabeleireira, ao amigo peladeiro de fim de semana. Não o entupa de informação. Envie apenas o básico, de vez em quando, contextualizando os fatos.
2) Escreva diariamente nos espaços midiáticos públicos. É o caso das áreas de comentários da Folha, do Estadão, de O Globo e de Veja. Faça isso diariamente. Não precisa escrever muito. Seja claro, destaque o essencial da calúnia e da distorção. Proceda da mesma maneira nas comunidades virtuais, como Facebook e Orkut. Mas não adianta postar somente nas comunidades de política. Faça isso, sem alarde e fanatismo, nas comunidades de artes, comportamento, futebol, etc. Tome cuidado para não desagradar os outros participantes com seu proselitismo. Seja elegante e sutil.
3) Converse com as pessoas sobre a deturpação midiática. No ponto de ônibus, na padaria, na banca de jornal. Parta sempre de uma concordância com o interlocutor, validando suas queixas e motivos, para em seguida apresentar a outra versão dos fatos.
4) Em caso de matérias com graves deturpações, escreva diretamente para a redação do veículo, especialmente para o ombudsman e ouvidores. Repasse aos amigos sua bronca.
5) Se você escreve, um pouquinho que seja, crie um blog. É mais fácil do que você pensa. Cole lá as informações limpas colhidas em bons sites, como aqueles de Azenha, PHA,Grupo Beatrice, entre outros. Mesmo que pouca gente o leia, vai fazer volume nas indicações dos motores de busca, como o Google. Monte agora o seu.
(O PT é um partido sem mídia... O PSDB é uma mídia com partido).
“Tempestade no Cerrado”: é o apelido que ganhou nas redações a operação de bombardeio midiático sobre o governo Lula, deflagrada nesta primeira quinzena de Março, após o convescote promovido pelo Instituto Millenium.
A expressão é inspirada na operação “Tempestade no Deserto”, realizada em fevereiro de 1991, durante a Guerra do Golfo.
Liderada pelo general norte-americano Norman Schwarzkopf, a ação militar destruiu parcela significativa das forças iraquianas. Estima-se que 70 mil pessoas morreram em decorrência da ofensiva.
A ordem nas redações da Editora Abril, de O Globo, do Estadão e da Folha de S. Paulo é disparar sem piedade, dia e noite, sem pausas, contra o presidente, contra Dilma Roussef e contra o Partido dos Trabalhadores.
A meta é produzir uma onda de fogo tão intensa que seja impossível ao governo responder pontualmente às denúncias e provocações.
As conversas tensas nos "aquários" do editores terminam com o repasse verbal da cartilha de ataque.
1) Manter permanentemente uma denúncia (qualquer que seja) contra o governo Lula nos portais informativos na Internet.
2) Produzir manchetes impactantes nas versões impressas. Utilizar fotos que ridicularizem o presidente e sua candidata.
3) Ressuscitar o caso “Mensalão”, de 2005, e explorá-lo ao máximo. Associar Lula a supostas arbitrariedades cometidas em Cuba, na Venezuela e no Irã.
4) Elevar o tom de voz nos editoriais.
5) Provocar o governo, de forma que qualquer reação possa ser qualificada como tentativa de “censura”.
6) Selecionar dados supostamente negativos na Economia e isolá-los do contexto.
7) Trabalhar os ataques de maneira coordenada com a militância paga dos partidos de direita e com a banda alugada das promotorias.
8) Utilizar ao máximo o poder de fogo dos articulistas.
Quem está por trás
Parte da estratégia tucano-midiática foi traçada por Drew Westen, norte-americano que se diz neurocientista e costuma prestar serviços de cunho eleitoral.
É autor do livro The Political Brain, que andou pela escrivaninha de José Serra no primeiro semestre do ano passado.
A tropicalização do projeto golpista vem sendo desenvolvida pelo “cientista político” Alberto Carlos Almeida, contratado a peso de ouro para formular diariamente a tática de combate ao governo.
Almeida escreveu Por que Lula? e A cabeça do brasileiro, livros que o governador de São Paulo afirma ter lido em suas madrugadas insones.
O conteúdo
As manchetes dos últimos dias, revelam a carga dos explosivos lançados sobre o território da esquerda.
Acusam Lula, por exemplo, de inaugurar uma obra inacabada e “vetada” pelo TCU.
Produzem alarde sobre a retração do PIB brasileiro em 2009.
Criam deturpações numéricas.
A Folha de S. Paulo, por exemplo, num espetacular malabarismo de ideias, tenta passar a impressão de que o projeto “Minha Casa, Minha Vida” está fadado ao fracasso.
Durante horas, seu portal na Internet afirmou que somente 0,6% das moradias previstas na meta tinham sido concluídas.
O jornal embaralha as informações para forjar a ideia de que havia alguma data definida para a entrega dos imóveis.
Na verdade, estipulou-se um número de moradias a serem financiadas, mas não um prazo para conclusão das obras. Vale lembrar que o governo é apenas parceiro num sistema tocado pela iniciativa privada.
A mesma Folha utilizou seu portal para afirmar que o preço dos alimentos tinha dobrado em um ano, ou seja, calculou uma inflação de 100% em 12 meses.
A leitura da matéria, porém, mostra algo totalmente diferente. Dobrou foi a taxa de inflação nos dois períodos pinçados pelo repórter, de 1,02% para 2,10%.
Além dos deturpadores de números, a Folha recorre aos colunistas do apocalipse e aos ratos da pena.
É o caso do repórter Kennedy Alencar. Esse, por incrível que pareça, chegou a fazer parte da assessoria de imprensa de Lula, nos anos 90.
Hoje, se utiliza da relação com petistas ingênuos e ex-petistas para obter informações privilegiadas. Obviamente, o material é sempre moldado e amplificado de forma a constituir uma nova denúncia.
É o caso da “bomba” requentada neste março. Segundo Alencar, Lula vai “admitir” (em tom de confissão, logicamente) que foi avisado por Roberto Jefferson da existência do Mensalão.
Crimes anônimos na Internet
Todo o trabalho midiático diário é ecoado pelos hoaxes distribuídos no território virtual pelos exércitos contratados pelos dois partidos conservadores.
Três deles merecem destaque...
1) O “Bolsa Bandido”. Refere-se a uma lei aprovada na Constituição de 1988 e regulamentada pela última vez durante o governo de FHC. Esses fatos são, evidentemente, omitidos. O auxílio aos familiares de apenados é atribuído a Lula. Para completar, distorce-se a regra para a concessão do benefício.
2) Dilma “terrorista”. Segundo esse hoax, além de assaltar bancos, a candidata do PT teria prazer em torturar e matar pacatos pais de família. A versão mais recente do texto agrega a seguinte informação: “Dilma agia como garota de programa nos acampamentos dos terroristas”.
3) O filho encrenqueiro. De acordo com a narração, um dos filhos de Lula teria xingado e agredido indefesas famílias de classe média numa apresentação do Cirque du Soleil.
O que fazer
Sabe-se da incapacidade dos comunicadores oficiais. Como vivem cercados de outros governistas, jamais sentem a ameaça. Pensam com o umbigo.
Raramente respondem à injúria, à difamação e à calúnia. Quando o fazem, são lentos, pouco enfáticos e frequentemente confusos.
Por conta dessa realidade, faz-se necessário que cada mente honesta e articulada ofereça sua contribuição à defesa da democracia e da verdade.
São cinco as tarefas imediatas...
1) Cada cidadão deve estabelecer uma rede com um mínimo de 50 contatos e, por meio deles, distribuir as versões limpas dos fatos. Nesse grupo, não adianda incluir outros engajados. É preciso que essas mensagens sejam enviadas à Tia Gertrudes, ao dentista, ao dono da padaria, à cabeleireira, ao amigo peladeiro de fim de semana. Não o entupa de informação. Envie apenas o básico, de vez em quando, contextualizando os fatos.
2) Escreva diariamente nos espaços midiáticos públicos. É o caso das áreas de comentários da Folha, do Estadão, de O Globo e de Veja. Faça isso diariamente. Não precisa escrever muito. Seja claro, destaque o essencial da calúnia e da distorção. Proceda da mesma maneira nas comunidades virtuais, como Facebook e Orkut. Mas não adianta postar somente nas comunidades de política. Faça isso, sem alarde e fanatismo, nas comunidades de artes, comportamento, futebol, etc. Tome cuidado para não desagradar os outros participantes com seu proselitismo. Seja elegante e sutil.
3) Converse com as pessoas sobre a deturpação midiática. No ponto de ônibus, na padaria, na banca de jornal. Parta sempre de uma concordância com o interlocutor, validando suas queixas e motivos, para em seguida apresentar a outra versão dos fatos.
4) Em caso de matérias com graves deturpações, escreva diretamente para a redação do veículo, especialmente para o ombudsman e ouvidores. Repasse aos amigos sua bronca.
5) Se você escreve, um pouquinho que seja, crie um blog. É mais fácil do que você pensa. Cole lá as informações limpas colhidas em bons sites, como aqueles de Azenha, PHA,Grupo Beatrice, entre outros. Mesmo que pouca gente o leia, vai fazer volume nas indicações dos motores de busca, como o Google. Monte agora o seu.
A guerra começou. Não seja um desertor.
Imagens: Diário Gauche e Escrivinhador
4 comentários:
Cláudia,
O ideal é dominar as mídias sociais. Blogar não é suficiente: é preciso interagir, criar relacionamentos, buscar informações com jornalistas alternativos, pessoal que resiste pela sustentabilidade, gente "do bem" na Polícia e no mundo acadêmico e por aí afora.
A referência a terceiros não pode ser um mero copiar/colar do texto alheio: é preciso apenas dar uma citação, tecer uma visão original acerca desse conteúdo apreendido e linkar internauta para ler o original aonde ele foi criado.
É preciso encontrar brechas na mídia corporativa para que ela, sem querer ou sem ter outra opção, ser forçada a compartilhar o mínimo que seja do conteúdo produzido pela blogosfera alternativa.
Aliás, blogs que apenas falam bem do Gov. Lula e funcionam como meros cabos eleitorais acabam sendo apenas proselitistas. Esse é um fator muito mais restritivo ao fator buzz (ser comentado e repercutido internet afora) do que propriamente o hábito excludente de prender-se apenas às pessoas do mesmo campo.
Se não houver interesse no esforço de se considerar essas premissas, nada irá mudar.
Ao mesmo tempo, o RS é o lugar mais polarizado do país. Aqui, é onde mais se come galinha e se arrota faisão: tanto a esquerda quanto a direita daqui são atrasadas demais.
O ciberativismo que funciona é o dos Amigos da Gonçalo de Carvalho e o do pessoal ligado à comunidade do Software Livre. Só eles estão preparados pra pensar e agir em rede.
A mídia de massa não seria tão importante caso o RS não fosse tão atrasado: em nenhum outro lugar do país se perde tanto tempo discutindo algo que não irá mudar - o comportamento ou a extinção da RBS.
Ser declaradamente inimigo da RBS ou negar-se a aparecer lá é manter-se no ostracismo, no anonimato e facilitar o processo de defenestração da própria imagem.
Se a política for meramente partidária e sindical, será rançosa e não nos levará a lugar nenhum. Política classista não convence.
É por isso que eu não participo de iniciativa de partido algum: o PT luta pela sustentabilidade?! Não. O PT faz reforma agrária?! Não. A educação básica melhorou sensivelmente?! Não. O investimento em saúde é minimamente suficiente?! Não.
A política partidária depende de conchavos e de falsos consensos. Ou a gente defende DEMANDAS SOCIAIS e DENUNCIA OS ERROS DE QUEM QUER QUE SEJA, ou não se irá a lugar nenhum.
[]'s,
Hélio
Estás enganado, Hélio. O PT faz, e muito, pela educação e pela saúde. Foi assim no ensino básico nos 16 anos de Adm Popular, sendo pioneiro, no estado, da atual política do Min Edu na questão da obrigatoriedade de 9 anos de ed básica. Na saúde municipal, foram as administrações que fizeram a transição da municipalização da saúde brasileira. O muito a desejar ficou por conta dos governos FHC. Não esquecer, que Lula Pres coincidiu com o retorno da direita em POA e no RS.
Mas concordo que a política ambiental é um fiasco. Obras do PAC ou programas como Minha Casa, Minha Vida poderiam contemplar o respeito ao meio ambiente, uma vez que não falta academia para conciliar as necessidades de urbanização, saneamento e meio ambiente. Bem como a reforma agrária tb é um problema.
Tb acho que é importante blogar e participar colaborativamente para ampliar a base solidária e dar um chega para lá nos fascistas que se criam a cada instante. Mas não há como abrir mão da institucionalidade. Se ela existindo, presenciamos o retorno da barbárie, imagina uma vida sem a política partidária? O que precisamos, como militantes por um mundo melhor, é "puxar" os representantes para o "nosso lado", é cobrar, é marcar de cima. O que a Internet tem, em muito, a colaborar nesse quesito.
Abraço!
Sinceramente, amigos, na minha opinião esta próxima eleição ainda vai passar bem ao largo da internet.
Este é um meio ainda bem incipiente e vem se organizando - e organizando - a nova ordem da mídia nacional.
E é exatamente aí, neste caso, que resta a importância de mantermos e estruturarmos cada vez mais as blogagens coletivas, as coberturas e produções independentes, a criação de redes sociais. Pois é uma base que vai se consolidando e que, quando a disputa passar efetivamente para o campo da informação na internet, será muito mais difícil passar uma "lei azevedo", ou tentar limitar acessos a determinados conteúdos. Quando passarmos para meio consolidado, este comportamento de busca de informações em fontes diversas já será inerente à geração existente - e dificilmente se derruba um hábito tão coletivo e fundamentado.
Na realidade, o fenômeno Lula nada mais é do que o descortinamento clarividente da luta de classes no Brasil. Na boa, a Veja e a RBS podem espernear à vontade, fazer todas as capas filhas da puta do mundo, pelo menos por mais uns 16 anos, que o Lula e o PT - mantendo sua característica de governo - vão eleger sempre o líder do executivo - independente, inclusive, de apoios dos PMDBs da vida.
No máximo, a RBS vai perpetuar o fundamentalismo de direita no RS, a Veja vai monopolizar o debate em São Paulo e Rio, e o PSDB não vai mais sair de Minas. São estados de características de uma classe média histórica e consolidade. Estes veículos escrevem para eles mesmos, para uma classe que jamais iria mesmo votar no Lula e no PT. Quer dizer, talvez alguns votassem, talvez outros mudem seu voto pelas páginas amarelas, mas isso é insuficiente pra mudar o panorama eleitoral nacional.
O grande problema, no entanto, e aí é que está o nosso campo de batalha, a nossa responsabilidade na luta midiática, será quando este Estado Reformista do Lula atingir o seu ápice e tiver migrado grande parte da população para o degrau de cima na dinâmica das classes sociais.
Aí, a característica pelo acesso e pela busca por informações será diferenciado. Aí, o campo de batalha será definitivamente a internet, até porque nestes 16 anos, o acesso será ampliado, muito mais por aspirações capitalistas do que por uma política democrática.
Hoje, espero sinceramente que esta noção passe bem longe das redações de Veja e RBS, que eles se acabem esperneando e continuem municiando a minha sogra e a tia da Têmis com esse non sense absurdo. Me divirto muito nos almoços e jantares em família...
Grande abraço!
De fato, Guga, esta eleição será um marco para corroborarmos, ou não, a hipótese de que a mídia corporativa tradicional não apita mais nada, a não ser para a extrema direita. E que os blogues, os sítios, as redes sociais que atuam em prol da democracia participativa, do fim das desigualdades sociais, da soberania, das causas ambientais, e por aí afora, ajudaram a desmascarar os cleptocratas e mandá-los aquele lugar [entenda-se: na linha de ser, acima de tudo, anti-psdb e aliados].
Veremos como a gente se sai.
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