20 de abril de 2010

Ainda sobre capas

Do blog Diário de Bordo:

VEJA: Dois Candidatos, Duas Medidas

Por Paulo

Capa de 24 de fevereiro anunciando a candidatura de Dilma Rousseff:



Em preto-e-branco, triste, enquanto Dilma olha para o lado com expressão séria, quase calculista. Referência aos "radicais do PT", alusões à sua ideologia (e contraste ao pragmatismo necessário para governar um país) e, claro, referência a um mundo "em crise".


Agora vejamos a capa de 21 de abril anunciando a candidatura de Serra:


O candidato olha diretamente nos olhos do (e)leitor em uma capa viva, colorida, enquanto procura sorrir abertamente. O texto faz alusão à sua vitória ("Brasil pós-Lula") e traz uma única chamada com a garantia (feita pelo próprio Serra) de que se preparou a vida inteira para ser presidente.

I rest my case.

Update: Como o Datafolha manipulou sua última pesquisa para colocar Serra 10 pontos acima de Dilma. (Update do update: algumas das colocações feitas pelo autor do blog geraram controvérsia. Sugiro que leiam também os comentários daquele blog e as respostas do autor.)

Update 2: Graças a uma dica do leitor Tadeu Porto, fui conferir a capa que a revista TIME deu a Barack Obama quando este venceu as eleições. E...

_____________

Leiam os excelentes posts do Viomundo sobre a relação mídia-política-eleição:

Post proibido para quem tem mais de 30 anos

O Cyborg de 2010

2006+89+64: Como engarrafar a democracia

4 comentários:

Guga Türck disse...

Claudia, amigona, não tinha visto a capa da Veja da Dilma.
Tchê, está LINDA!
Mas dá pra entender bem as relações na construção da realidade simbólica.
A análise semiótica que está sendo feita na comparação está perfeita.

Abração.

Claudinha disse...

Exato, uma foto em preto e branco tem seu valor. No entanto, partindo da Veja, a sacanagem foi embutida. Fosse outra publicação, com outro fotógrafo, a coisa seria diferente.

Abraço!

Anônimo disse...

Sem entrar no mérito do conteúdo, o projeto gráfico, técnicamente falando, tem muito mais bom gosto na capa da Dilma.

O uso das fotos em preto-e-banco com detalhes gráficos coloridos é tendência gráfica mundial em impressos.

Claudinha disse...

Oi, Anônimo!

É verdade, a capa é de bom gosto. Mas a Veja não dá ponto sem nó. Como escreveu o Guga, dá pra entender bem as relações na construção da realidade simbólica.
A análise semiótica que está sendo feita na comparação está perfeita
.

Abraço!