7 de abril de 2010

Já existe até projeto das casas da FASE

Ao ler matéria indicada da versão online de ZMentira, a respeito da jogada de haver acordo de lideranças, para que o PL388 não passe pelo crivo da Comissão de Justiça da Assembleia Legislativa, um "desenhinho" no canto direito da tela nos chamou a atenção. Clicamos e o que vimos?
Fac-símile retirado daqui, ó!
Mas que espetáculo!

O projeto do executivo, que descentraliza a FASE e, ainda por cima, prevê a venda do terreno da Borges de Medeiros para a iniciativa privada: i) não foi apreciado pelas deputadas e pelos deputados estaduais; ii) não traz as especificações das unidades a serem construídas, como número de prédios, acomodações, equipamentos, etc; iii) por não ter sido apreciado nas Comissões existentes, muito menos em Plenário, ainda não foi aprovado; iv) em caso de aprovação, segue-se para a licitação; v) após a licitação, é que se sabe qual empresa foia vencedora [lembrem-se, apenas em caso de aprovação do PL 388]; E A ZERO HORA, versão online, APRESENTA UM MODELO DE UNIDADE DA FASE, com uma singela notinha "Divulgação ZH"?

Mas que gente, arrogantemente, cara de pau!

Porque engana, descaradamente, o público leitor. Trata de um tema como pauta vencida, seduzindo o leitor com esse projeto de arquitetura, como aqueles apresentados em caderno sobre o tema. O desavisado olha o modelito e diz "uau, que coisa legal, como alguém pode ser contra isso". Ou seja, a criatura que leu sobre o assunto ao lado, não registra que o PL 388 ainda passará por uma etapa do rito legislativo, mas já "sente" que o "negócio é bom", porque, afinal de contas, "a casa é bonita, tem até quadra esportiva".

Porque, além de enganar, manipula informações. Não escreve que o PL 388 não contém especificações para o projeto arquitetônico. E, ainda por cima, mente, porque, além da ausência dessas especificações, dá a entender que a ZH é a responsável pela construção das tais unidades.

Não basta legenda com "Divulgação ZH", sem informar quem divulga o que. Neste caso, estamos frente a uma propaganda subliminar do ramo imobiliário da família Sirotsky: a construtora MAIOJAMA [Maurício, Ione, Jaime e mais a MA]. E que, à luz da Constituição Federal, trata-se de uma ilegalidade, porque meios de comunicação não podem manter propriedade cruzada. Como o artigo não foi regulamentado pelo Congresso Nacional, a turma faz pouco caso e segue lépida e faceira.

Ao criar um elemento sedutor - um interessante projeto de casa para acolhimento de jovens em situação de atividades socioeducativas - a empresa midiática escamoteia o seu real interesse em abocanhar o terreno, numa jogada escandalosa, que explicita as suas relações com o gover-ninho de Yeda Crusius [PSDB].

Atenção, Ministério Público! Propaganda mentirosa nas páginas virtuais da RBS, com descarada assunção de ligações nada republicanas entre essa empresa privada e o Governo RS.

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