Gerald Herbert em foto de 9/5/2010 para AP. Se fosse nos dias de hoje, pagaria 40 mil dólares de multa.
O blog Agente65 apresenta nota de indignação sobre a aplicação de multa de até 40 mil dólares, conforme uma norma que converte em delito grave qualquer jornalista, repórter, bloguista, fotógrafo ou cidadão aproximar-se de operações de limpeza de petróleo, equipamentos ou embarcações no Golfo do México. Quer dizer, o público ficará sem informação a respeito do desastre ecológico promovido pela BP naquela região.
Perguntamo-nos, onde está a SIP e o Repórteres Sem Fronteira para acusar o Governo de Barak Obama de violar a liberdade de imprensa? Como os políticos dos EUA, que se jactam das liberdades democráticas de seu país, podem ficar calados sobre o autoritarismo de tal norma?
A bem da verdade, estamos ironizando: tais instituições estão pouco se importando com a liberdade de imprensa ou de expressão. O que desejam, é assegurar o interesse das corporações que sustentam os EUA. O lamentável, disso tudo, é que ainda exista gente que crê na democracia estadunidense.
Abaixo, o artigo, fonte da nota do Agente65.
Perguntamo-nos, onde está a SIP e o Repórteres Sem Fronteira para acusar o Governo de Barak Obama de violar a liberdade de imprensa? Como os políticos dos EUA, que se jactam das liberdades democráticas de seu país, podem ficar calados sobre o autoritarismo de tal norma?
A bem da verdade, estamos ironizando: tais instituições estão pouco se importando com a liberdade de imprensa ou de expressão. O que desejam, é assegurar o interesse das corporações que sustentam os EUA. O lamentável, disso tudo, é que ainda exista gente que crê na democracia estadunidense.
Abaixo, o artigo, fonte da nota do Agente65.
Catástrofe do Golfo: BP restringe o acesso dos media
por Dahr Jamail
Petróleo no Golfo do México. NOVA ORLEANS, (IPS) – Na semana passada, a Guarda Costeira dos EUA, que está a agir em coordenação com a gigantesca empresa petrolífera BP, impôs novas restrições em toda a Costa do Golfo americano que impedem os media de se aproximarem a menos de 20 metros das barreiras de contenção (booms) ou dos barcos de limpeza, tanto na costa como no mar. Mas a astúcia destas restrições vai ainda mais longe.
“Não pode vir cá", disse Don, o guarda de segurança contratado pela BP no Centro para a Reabilitação da Fauna Contaminada pelo Petróleo, em Fort Jackson, Louisiana.
Lá dentro, o Centro Internacional para Investigação e Salvamento de Aves, uma das companhias contratadas pela BP para limpeza dos animais, encarrega-se de limpar o petróleo das aves antes de as devolver ao seu habitat natural. O Centro tem limitado o acesso aos media. Antes estava aberto às segundas, quartas e sextas durante duas horas por dia. A IPS chegou ao Centro numa quarta-feira, e foi informada que os dias para os media tinham sido reduzidos de três para dois dias, e já não abria às quartas-feiras.
Quando a IPS perguntou ao guarda de segurança privada para quem é que trabalhava, ele respondeu, “Trabalho para a HUB, uma companhia de segurança contratada pela BP”. A Hub Enterprises, de Broussard, Louisiana, tem um contrato com a BP para fornecer “funcionários de segurança” e “supervisores”. Don está a receber entre 13 a 14 dólares por hora para manter a imprensa afastada do maior desastre ambiental provocado por uma fuga de petróleo de toda a história dos EUA. Continuam a jorrar mais de 60 mil barris de petróleo por dia no Golfo, mais de dois meses depois da explosão de 20 de Abril na plataforma Deepwater Horizon operada pela BP.
MULTAS ATÉ 40 MIL DÓLARES
As restrições da semana passada que a Guarda Costeira impôs aos meios de comunicação sujeitam os jornalistas e os fotógrafos a uma multa até 40 mil dólares, e à pena de cadeia de um a cinco anos como um crime de classe D, se violarem a regra dos 20 metros, que o Comando Unificado designa por “zona de segurança”.
Tem havido muitos indícios de um amordaçamento maior e mais profundo dos meios de comunicação na região, de muitas outras formas. Na semana passada, a IPS tinha uma entrevista agendada com o Centro de Ciências da Saúde da Universidade Estadual da Louisiana, em Nova Orleans. A entrevista devia ser com um especialista das estratégias de investigação da Universidade, sobre o possível impacto na região do desastre petrolífero da BP. Na manhã em que se devia realizar a entrevista, o entrevistado, que pretende manter-se anónimo, enviou um email à IPS declarando: “Disseram-me para cancelar a entrevista. Lamento quaisquer inconvenientes que vos possa ter causado”. Quando a IPS lhe perguntou se havia alguma razão especial para o cancelamento da entrevista, respondeu, “Não”. Uma fonte anónima revelou posteriormente à IPS que a decisão de cancelar a entrevista fora tomada pelo chanceler Larry Hollier, que chefia o Centro de Ciências da Saúde da Universidade.
A BP disponibiliza a maior parte do financiamento para estudar os efeitos do desastre petrolífero e prometeu 500 milhões de dólares para projectos de investigação e de reabilitação. Robert Gagosian é o presidente do Consórcio para a Direcção Oceânica, que representa instituições de investigação oceânica e aquários e administra um programa de investigação sobre perfuração marítima. Geoquímico marítimo, Gagosian está preocupado com a forma como vai ser utilizado o dinheiro, e espera que seja gerido através de doações aprovadas pelos pares. A sua preocupação, partilhada por outros cientistas e investigadores, tem origem no interesse da BP em preservar o seu negócio. Também têm dúvidas quanto aos critérios adequados para determinar que tipo de investigações é que devem ser feitas.
Jeff Short, um antigo cientista da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica, que é actualmente membro do grupo de preservação Oceana, disse que, ao aceitar que a BP pague a investigação, o governo abre mão do controlo sobre que tipo de estudos devem vir a ser feitos. “Pergunto a mim próprio porque é que a BP quer dar dinheiro para projectos que demonstrarão claramente um prejuízo ambiental muito maior do que se viria a saber, se não fossem esses estudos?”, disse.
Os primeiros 25 milhões de dólares dos fundos da BP foram rapidamente distribuídos pela Universidade Estatal da Louisiana, pelo Instituto de Oceanografia da Florida na Universidade da Florida Sul e por um consórcio chefiado pela Universidade Estatal do Mississípi. Muitos cientistas e jornalistas independentes receiam que isto faça parte de uma tentativa para influenciar quais os estudos a fazer e a disponibilidade dessas instituições públicas para falar com os meios de comunicação sobre o desastre da BP.
Num outro incidente, a 2 de Julho, Lance Rosenfield, um repórter fotográfico da publicação de investigação sem fins lucrativos ProPublica, foi detido por breves instantes pela polícia quando tirava fotografias perto da refinaria da BP na cidade do Texas. Rosenfield declarou que foi confrontado por um funcionário da segurança da BP, pela polícia local, e por um homem que se identificou como agente do Departamento da Segurança Nacional. Rosenfield foi libertado depois de a polícia ter analisado as fotografias e registado a data do seu nascimento, o número da segurança social e outras informações pessoais. Depois o agente da polícia entregou essas informações ao guarda da segurança da BP, alegando, segundo disse Rosenfield, “procedimento normal de funcionamento”.
Também foram instituídas restrições no espaço aéreo sobre as zonas onde estão a decorrer operações de limpeza e de contenção. A Administração da Aviação Federal proibiu voos dos meios de comunicação a menos de 900 metros sobre as áreas afectadas pelos lençóis do petróleo.
“Não pode vir cá", disse Don, o guarda de segurança contratado pela BP no Centro para a Reabilitação da Fauna Contaminada pelo Petróleo, em Fort Jackson, Louisiana.
Lá dentro, o Centro Internacional para Investigação e Salvamento de Aves, uma das companhias contratadas pela BP para limpeza dos animais, encarrega-se de limpar o petróleo das aves antes de as devolver ao seu habitat natural. O Centro tem limitado o acesso aos media. Antes estava aberto às segundas, quartas e sextas durante duas horas por dia. A IPS chegou ao Centro numa quarta-feira, e foi informada que os dias para os media tinham sido reduzidos de três para dois dias, e já não abria às quartas-feiras.
Quando a IPS perguntou ao guarda de segurança privada para quem é que trabalhava, ele respondeu, “Trabalho para a HUB, uma companhia de segurança contratada pela BP”. A Hub Enterprises, de Broussard, Louisiana, tem um contrato com a BP para fornecer “funcionários de segurança” e “supervisores”. Don está a receber entre 13 a 14 dólares por hora para manter a imprensa afastada do maior desastre ambiental provocado por uma fuga de petróleo de toda a história dos EUA. Continuam a jorrar mais de 60 mil barris de petróleo por dia no Golfo, mais de dois meses depois da explosão de 20 de Abril na plataforma Deepwater Horizon operada pela BP.
MULTAS ATÉ 40 MIL DÓLARES
As restrições da semana passada que a Guarda Costeira impôs aos meios de comunicação sujeitam os jornalistas e os fotógrafos a uma multa até 40 mil dólares, e à pena de cadeia de um a cinco anos como um crime de classe D, se violarem a regra dos 20 metros, que o Comando Unificado designa por “zona de segurança”.
Tem havido muitos indícios de um amordaçamento maior e mais profundo dos meios de comunicação na região, de muitas outras formas. Na semana passada, a IPS tinha uma entrevista agendada com o Centro de Ciências da Saúde da Universidade Estadual da Louisiana, em Nova Orleans. A entrevista devia ser com um especialista das estratégias de investigação da Universidade, sobre o possível impacto na região do desastre petrolífero da BP. Na manhã em que se devia realizar a entrevista, o entrevistado, que pretende manter-se anónimo, enviou um email à IPS declarando: “Disseram-me para cancelar a entrevista. Lamento quaisquer inconvenientes que vos possa ter causado”. Quando a IPS lhe perguntou se havia alguma razão especial para o cancelamento da entrevista, respondeu, “Não”. Uma fonte anónima revelou posteriormente à IPS que a decisão de cancelar a entrevista fora tomada pelo chanceler Larry Hollier, que chefia o Centro de Ciências da Saúde da Universidade.
A BP disponibiliza a maior parte do financiamento para estudar os efeitos do desastre petrolífero e prometeu 500 milhões de dólares para projectos de investigação e de reabilitação. Robert Gagosian é o presidente do Consórcio para a Direcção Oceânica, que representa instituições de investigação oceânica e aquários e administra um programa de investigação sobre perfuração marítima. Geoquímico marítimo, Gagosian está preocupado com a forma como vai ser utilizado o dinheiro, e espera que seja gerido através de doações aprovadas pelos pares. A sua preocupação, partilhada por outros cientistas e investigadores, tem origem no interesse da BP em preservar o seu negócio. Também têm dúvidas quanto aos critérios adequados para determinar que tipo de investigações é que devem ser feitas.
Jeff Short, um antigo cientista da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica, que é actualmente membro do grupo de preservação Oceana, disse que, ao aceitar que a BP pague a investigação, o governo abre mão do controlo sobre que tipo de estudos devem vir a ser feitos. “Pergunto a mim próprio porque é que a BP quer dar dinheiro para projectos que demonstrarão claramente um prejuízo ambiental muito maior do que se viria a saber, se não fossem esses estudos?”, disse.
Os primeiros 25 milhões de dólares dos fundos da BP foram rapidamente distribuídos pela Universidade Estatal da Louisiana, pelo Instituto de Oceanografia da Florida na Universidade da Florida Sul e por um consórcio chefiado pela Universidade Estatal do Mississípi. Muitos cientistas e jornalistas independentes receiam que isto faça parte de uma tentativa para influenciar quais os estudos a fazer e a disponibilidade dessas instituições públicas para falar com os meios de comunicação sobre o desastre da BP.
Num outro incidente, a 2 de Julho, Lance Rosenfield, um repórter fotográfico da publicação de investigação sem fins lucrativos ProPublica, foi detido por breves instantes pela polícia quando tirava fotografias perto da refinaria da BP na cidade do Texas. Rosenfield declarou que foi confrontado por um funcionário da segurança da BP, pela polícia local, e por um homem que se identificou como agente do Departamento da Segurança Nacional. Rosenfield foi libertado depois de a polícia ter analisado as fotografias e registado a data do seu nascimento, o número da segurança social e outras informações pessoais. Depois o agente da polícia entregou essas informações ao guarda da segurança da BP, alegando, segundo disse Rosenfield, “procedimento normal de funcionamento”.
Também foram instituídas restrições no espaço aéreo sobre as zonas onde estão a decorrer operações de limpeza e de contenção. A Administração da Aviação Federal proibiu voos dos meios de comunicação a menos de 900 metros sobre as áreas afectadas pelos lençóis do petróleo.
07/Julho/2010
O original encontra-se em http://dahrjamailiraq.com
Tradução de Margarida Ferreira
Foto: Gerald Herbert para AP.
9 comentários:
Tu acabou de comparar uma alpargata com um elefante. Um país que tem um Rush Limabaugh vociferando no rádio diariamente que Barack Obama é praticamente o anticristo e ele não é preso, nem processado por isso não é democrático. Onde Glenn Beck diz que Obama tem que ser depoosto por supostamente ter nascido no Quênia, e ele tampouco é preso ou processado por isso, não é democrático.
Não estou a soldo da CIA, mas imagina dizer algo semelhante em Havana...
Pra começar, as críticas ao Obama são de intolerância religiosa e racista e, num país verdadeiramente democrático, estariam respondendo processo por isso.
A democracia parfumaria estadunidense tolera esse tipo de violência para violentar a democracia, naquilo que realmente interessa, ou seja, restringir o acesso das pessoas a informações fundamentais para as suas vidas. Se vc não sabe, deveria se informar, que os índices de benzeno, na água do mar, estão milhares de vezes acima do tolerável. Bem como, vc deveria saber, que a democracia estadunidense não tem nenhum controle sobre as operações de corporações sobre a BP. Pelo simples fato, de que são estas corporações que financiam as campanhas eleitorais nos EUA - inclusive do Obama.
Então, nós e vc temos conceitos muito diferentes do que seja democracia.
Com relação a Cuba, o que vc diz não é verdade. Por ex., a blogueira cubana incensada pela midia estadunidense, disse que a morte de 70 de seus patrícios, assassinados num atentado executado por um terrorista patrocinhado pelos EUA - Posada Carrilles - foi um "ato politicamente irrelevante" e não aconteceu absolutamente nada com ela!
Agora, vamos inverter os dados dessa equação: imagine um estadunidense dizer que as mortes no WWC, naquele atentado mal explicado, foram "atos politicamente irrelevantes"? Imagine as consequências para um estadunidense que afirmasse tal coisa em relação ao 1 de setembro por ex.? Se conseguires dar uma resposta satisfatória a esta questão, aí, vc estará apto a conversar sobre democracia conosco.
Tchê, saí desse maniqueísmo. Uma coisa não invalida a outra. Posada Carrilles, Hugo Bosch, et caterva é tão criminosa quando Carlos "O Chacal", Bin Laden ou qualquer fascínora que acha que se explodir numa parada de ônibus um ato que lhe renderá um paraíso com virgens.
Muitos delirantes "estadounidenses" alimentam as mais psicóticas teorias conspiratórias, de quem os aviões do 11/9 estavam vazios, que eram pilotados por controle remoto, que israelenses foram avisados 24 horas antes para não irem ao Finnancial District em Manhattan, e ninguém está em cana por isso.
Posada Carrilles é uma relíquia da Guerra Fria, um criminoso mafioso que era sim apoiado pela direita americana. Agora, me aponta um ÚNICO país que nunca apoiou nenhum fascínora na sua história por interesses escusos. A União Soviética passou os tanques em Budapeste e Praga, os Estados Unidos massacraram o Vietnã, bancaram Pinochet e uma turma barra-pesadíssima. A França sustentou alguns dos maiores ladrões e sociopatas na África, do nível de Mobuto Sesse Seko e o "argelino" Jaques Massu. A Inglaterra segura até hoje a Irlanda do Norte em rédeas curtas, com seus "Domingos Sangrentos". Portugal usava mercenários nazistas em Angola, a Bélgica foi o primeiro paíse do mundo a usar a eugenia racial para estudar os negros de Ruanda e dizer quem era mais e menos apto.
Só tapar o sol com a peneira não dá. Se tu admira a revolução cubana, é um direito teu. Mas chamar Cuba de democracia e os Estados Unidos de ditadura é ilógico. O escândalo de Watergate que fez um presidente renunciar saiu de dentro de uma redação de jornal, e a fonte principal só foi revelada quando ela veio por livre e espontânea vontade a público se identificar. Jimmy Carter afirmou que, "não perdemos a Guerra do Vietnã nas selvas, perdemos nas ruas de Washington, nas redações dos jornais, nas universidades, nas casas das pessoas que empurravam seus filhos em cadeiras de rodas e enterravam seus familiares".
Eu não nego a força desmensurada das corporações americanas, seus lobbies bilionários e a força do complexo industrial-militar(que Eisenhower dizia ser tão perigosa para a III Guerra Mundial quanto a União Soviética), mas convenhamos, chamar um país que tem a mesma elite no poder desde a década de 50 de democracia, passa dos limites.
Aliás, a revolução cubana não era comunista, Fidel nem sequer era comunista(Che sim, era comunista), quando Eisenhower preferiu fazer de conta que o problema Fulgêncio Batista não era com ele, e que Cuba que se virasse, a União Soviética aproveitou a oportunidade e foi ao auxílio dos revolucionários.
Agora vai uma crítica, antes que tu me acuse de ser da CIA ou amigo do Olavo de Carvalho(nem pagando, obrigado). Os Estados Unidos acharam que poderiam fazer do Afeganistão sua Cuba, impor uma humilhação a União Soviética(o que conseguiram) e ter mais um aliado na região. Primeiro os aiatolás botaram o Xá do Irã para correr, depois viram o Afeganistão virar território fértil para os "Freedom Fighters" se converterem em Talibãs. E a história é essa que já sabemos.
Hugo
Minha reposta, precedida de tracejado.
Tchê, saí desse maniqueísmo. Uma coisa não invalida a outra. Posada
Carrilles, Hugo Bosch, et caterva é tão criminosa quando Carlos "O Chacal",
Bin Laden ou qualquer fascínora que acha que se explodir numa parada de
ônibus um ato que lhe renderá um paraíso com virgens.
------Hugo, se tu pensas q vais me impressionar tentando me impingir esse
chavão de maniqueísta, pode ir tirando teu cavalo da chuva.
O q ñ invalida o q? Primeiro é preciso quantificar e qualificar o q é
terrorismo. Acho q tu misturas alhos com bugalhos. Quando um facínora, a
serviço dos Estados Unidos, coloca uma bomba em um avião e mata setenta
pessoas, isso é terrorismo. Quando um combatente iraquiano coloca uma bomba
em uma estrada e manda pelos ares um caminhão cheio de soldados norte
americanos e mercenários, isso ñ é terrorismo. Quando os EUA mandam um
torturador como Dan Mitrione para massacrar prisioneiros políticos na
América Latina, isso é terrorismo. Quando os Tupamaros executam um
torturador como Dan Mitrioni, isso ñ é terrorismo. Como vc vê, há uma
diferença. Talvez vc seja uma daquelas pessoas q jamais sujaria suas mãos de
sangue. Do seu sangue, bem entendido, por q do dos outros ñ tenho tanta
certeza. Tenho uma profunda desconfiança de pessoas como vc, q nivelam todos
os atos como se obedecessem a mesma lógica ou motivação. Uma coisa é a
violência do imperialismo estadunidense, outra coisa é a violência da qual
se valem os oprimidos na tentativa de se safar desse jugo. Não tem nada de
maniqueísmo nisso. É assumir um lado na luta contra a opressão.
Muitos delirantes "estadounidenses" alimentam as mais psicóticas teorias
conspiratórias, de quem os aviões do 11/9 estavam vazios, que eram pilotados
por controle remoto, que israelenses foram avisados 24 horas antes para não
irem ao Finnancial District em Manhattan, e ninguém está em cana por isso.
[Continua]
[Continuação parte I]
------Muitos "delirantes" estadunidenses também alimentaram "as mais
psicóticas teorias conspiratórias" sobre o assassinato do Kennedy. No
entanto, hoje se sabe q realmente houve uma conspiração para eliminá-lo. O
Oliver Stone parece ser a mais recente "vítima" desse delírio e seu filme
JFK é bem didático nesse sentido. O ponto alto da narrativa é a reunião em q
Lindon Johnson, q era o vice presidente, assumi o compromisso de promover a
escalada da guerra do Vietnam, caso viesse a se tornar presidente. Bem antes
desse filme, bem antes, provavelmente, de Oliver Stone pensar em fazer
cinema e bem antes de eu sequer imaginar q o q eu estava lendo no velho
Correio do Povo viesse a se tornar tema de filme, houve um escândalo q
sucedeu o de Watergate e q ficou conhecido como o Escândalo dos papéis do
Pentágono. E lá estava, entre os tais papéis, esse compromisso firmado por
Jonhson. Nunca esqueci dessa passagem e ñ foi sem surpresa q esse tema
reaparece no filme de Stone. Claro, é só uma coincidência, só mais uma
teoria "conspiratória" delirante.
E já q estamos falando em Pentágono e como vc parece tão seguro sobre o q é
e o q ñ é conspiração, q tal nos dizer onde foram parar os destroços do
avião q atingiu esse prédio no 11 de setembro? Só para tentar lançar luz
nesse q é um entre tantos outros episódios nebulosos ocorridos naquele dia e
q parecem repetir a velha história do Meine.
Sobre "estar em cana por isso" informe-se melhor sobre o fotógrafo
estadunidense q cobriu os acontecimentos do 11 de setembro, fazendo o
registro fotográfico dos escombros e q se encontra escondido na Argentina.
Posada Carrilles é uma relíquia da Guerra Fria, um criminoso mafioso que era
sim apoiado pela direita americana. Agora, me aponta um ÚNICO país que nunca
apoiou nenhum fascínora na sua história por interesses escusos. A União
Soviética passou os tanques em Budapeste e Praga, os Estados Unidos
massacraram o Vietnã, bancaram Pinochet e uma turma barra-pesadíssima. A
França sustentou alguns dos maiores ladrões e sociopatas na África, do nível
de Mobuto Sesse Seko e o "argelino" Jaques Massu. A Inglaterra segura até
hoje a Irlanda do Norte em rédeas curtas, com seus "Domingos Sangrentos".
Portugal usava mercenários nazistas em Angola, a Bélgica foi o primeiro
paíse do mundo a usar a eugenia racial para estudar os negros de Ruanda e
dizer quem era mais e menos apto.
[Continuação parte II]
------Posada ñ era apoiado pela direita americana e nem é uma relíquia da
guerra fria. Pois se assim fosse, seria entregue a Cuba para ser julgado.
Posada Carriles foi e é um terrorista apoiado pelo governo estadunidense,
como parte de sua política de terrorismo de estado. Falar em direita
estadunidense e em governo estadunidense é uma redundância. Vc elencou essa
série de crimes cometidos por outros estados para justificar o terrorismo de
estado praticado pelos Estados Unidos? É isso???
Só tapar o sol com a peneira não dá. Se tu admira a revolução cubana, é um
direito teu. Mas chamar Cuba de democracia e os Estados Unidos de ditadura é
ilógico.
------Opa, opa, pera lá!!! Não sou eu q falo q Cuba é uma democracia. É vc q
fala q os EUA é uma democracia, e q todo mundo q diz o contrário é um
maniqueísta!!! O q eu falei é q mesmo sendo Cuba essa ditadura q vc diz q é,
a tal blogueira considerou irrelevante o assassinato de setenta de seus
patrícios e nada lhe aconteceu. Ou melhor, aconteceu sim: foi condecorada
nas universidades estadunidense como um paladino da liberdade.
Ao q parece vc tbém considera irrelevante o ato do Posada, pois ñ são suas
essa palavras?: "Agora, me aponta um ÚNICO país que nunca apoiou nenhum
facínora na sua história por interesses escusos". Já chegaste a pensar q
entre os q morreram poderiam haver pessoas q nem apoiavam o regime cubano?
Acho sensacional esse papinho do "atire a primeira pedra" quem ñ fez isso ou
aquilo. Gostaria de ver como ficaria esse teu distanciamento olímpico, se
entre os q morreram estivesse um parente teu. Mas sou capaz de apostar q tu
és implacável com os terroristas iraquianos q colocam bombas "que matam
inocentes", mesmo considerando-se q estão em luta contra uma potência
imperialista q destruiu seu pais, massacra seu povo e está lá para
roubá-los.
Nós tbém somos cucarachas em cima de uma "comoditie" q eles cobiçam e
podemos virar "iraquianos" de uma hora para outra. Mas vc parece agir como
se tivesse o green card.
O escândalo de Watergate que fez um presidente renunciar saiu de dentro de
uma redação de jornal, e a fonte principal só foi revelada quando ela veio
por livre e espontânea vontade a público se identificar.
[Continuação parte III]
------É mesmo??? Que edificante exemplo de democracia! Como saiu, tbém, de
dentro das redações da mídia estadunidense o apoio estratégico e fundamental
para difundir a escabrosa mentira das armas de destruição em massa do Iraque
q, segundo o contador q está em nosso blogue, já resultou na morte de mais
de 1.300.000 pessoas. Uma pechincha, sem dúvida, se levarmos em conta a
"lógica do povo americano", um bando de mentecaptos q e ñ estão nem aí,
desde q o petróleo roubado estiver fluindo para alimentar a sua sociedade
predatória e perdulária.
O q ficou de Watergate para o tal "povo americano"? Nixon se foi e os q
vieram depois ainda são piores q ele. E Obama superará a todos em termos de
insanidade. Espere até ele atacar o Irã. Ou vc acha q esse é mais um delírio
do Fidel?
Jimmy Carter afirmou que, "não perdemos a Guerra do Vietnã nas selvas,
perdemos nas ruas de Washington, nas redações dos jornais, nas
universidades, nas casas das pessoas que empurravam seus filhos em cadeiras
de rodas e enterravam seus familiares".
[Final]
------O "velho" Jimmy falou isso e vc acreditou??? Quanta inocência... Vou
te dizer qual é a "manha" por trás desse papinho vagabundo de "não perdemos
a Guerra do Vietnã nas selvas". É o seguinte meu rapaz: ao afirmar isso, o
"velho" e espertalhão Jimmy mata três coelhos numa cajadada: primeiro,
desconsidera a luta do povo vietnamita e a genialidade do grande
estrategista Giap, q já havia enfrentado os japoneses e derrotado os
franceses. Segundo, ratifica o mito de q existe uma democracia nos EUA, onde
o povo tem voz ativa, mesmo quando se sabe q o poder nos EUA está nas mãos
das corporações e do complexo industrial-militar. A escalada da guerra do
Vietnam foi levada até as últimas conseqüências naquilo q era possível fazer
em uma guerra convencional, e com o apoio de uma parte da população e a
indiferença da maioria. O passo seguinte seria a opção nuclear. Opção
nuclear essa, q já havia sido considerada no tempo em q os franceses ainda
tinham presença na Indochina, quando, conforme declarou o chanceler francês
no documentário "Corações e Mentes", se estou bem lembrado, os EUA tinham
oferecido a França, "nem uma e nem três, mas sim, duas bombas nucleares".
No entanto, quando os próprios EUA se viram diante da impossibilidade de
ganhar a guerra e a opção nuclear parecia a única saída possível, recuaram,
pois se deram conta de q ñ seria bem assim usar essas armas na fronteira da
China.
E terceiro e o mais importante de tudo, é q esta declaração mascara a
insofismável e humilhante derrota militar q a super potência sofreu no
sudeste asiático. O "pensamento estratégico" dos EUA, sua arrogância
imperial e sua fé na supremacia tecnológica foram postos em cheque por um
povo pobre e decidido a resistir até as últimas consequências, numas das
guerras mais desiguais da história.
Os EUA foram derrotados no campo de batalha. Ponto. A partir daí, tudo foram
desdobramentos. Houveram manifestações? Sim, houveram. Mas elas são a
consequência e ñ a causa da derrota dos EUA. Por q chega um momento em q até
os néscios percebem q estão entrando numa furada e q o pau iria arder no
lombo deles. Tivesse o complexo político-industrial-militar conseguido impor
uma derrota ao Vietnam, mesmo q para isso usasse o poderio nuclear, os
calhordas iriam para a quinta avenida ovacionar your boys, como fizeram na
guerra do Kwaiti. Mas a opção nuclear era arriscada demais e de
consequências imprevisíveis. O stablishmen recuou.
Essa conversa mole de q os EUA "ñ perderam a guerra nas selvas" vai na mesma
linha daquela do general inverno q derrotou as hordas nazistas, enquanto os
russos ficavam se aquecendo em suas dachas. E sempre tem um trouxa como vc
para acreditar nessa lenga lenga. Permita-me tratá-lo assim, já q vc me
chamou de maniqueísta.
E se for assim como vc diz, onde estão essas "pessoas que empurravam seus
filhos em cadeiras de rodas" para parar essa barbárie no Iraque? Ou clamar
contra essa insanidade q Obama está prestes a cometer, q é atacar o Irã?
Eu não nego a força desmensurada das corporações americanas, seus lobbies bilionários e a força do complexo industrial-militar(que Eisenhower dizia ser tão perigosa para a III Guerra Mundial quanto a União Soviética), mas convenhamos, chamar um país que tem a mesma elite no poder desde a década de 50 de democracia, passa dos limites.
------Olha, se vc considerar q a elite q domina os EUA é descendente da elite escravagista, financista e latifundiária q fundou os pais e q está no poder a mais de duzentos anos, até q dá pra dizer q Cuba é uma democracia. E se ñ o é totalmente, pelo menos consegue atender as necessidades básicas de toda sua população, coisa q o império nem de longe consegue. E ainda faz tudo ao seu alcance para impedir q as necessidade básicas de boa parte dos habitantes do planeta sejam atendidas. Pelo simples fato de q se essa necessidades forem satisfeitas, o império terá menos para saquear e desperdiçar.
Aliás, a revolução cubana não era comunista, Fidel nem sequer era comunista(Che sim, era comunista), quando Eisenhower preferiu fazer de conta que o problema Fulgêncio Batista não era com ele, e que Cuba que se virasse, a União Soviética aproveitou a oportunidade e foi ao auxílio dos revolucionários.
------Negativo. Os EUA apoiaram Batista até o fim e tentam derrubar Fidel até hoje. Mas é verdade q Fidel ñ era comunista e os ianques ñ o levaram a sério no início, pois pensavam q ele seria mais um ditadorzinho "comprável", como tantos outros.
Agora vai uma crítica, antes que tu me acuse de ser da CIA ou amigo do Olavo de Carvalho(nem pagando, obrigado). Os Estados Unidos acharam que poderiam fazer do Afeganistão sua Cuba, impor uma humilhação a União Soviética(o que conseguiram) e ter mais um aliado na região. Primeiro os aiatolás botaram o Xá do Irã para correr, depois viram o Afeganistão virar território fértil para os "Freedom Fighters" se converterem em Talibãs. E a história é essa que já sabemos.
------Critica a quem, a vc mesmo????? O seu último parágrafo só reforça o q eu lhe disse acima!!!!!
Eugênio
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