Brasília Confidencial - 08/09/2010
Não há nenhuma prova de que o vazamento de dados sigilosos, em agências da Receita Federal, teve motivação política. E também não há qualquer prova de que o Partido dos Trabalhadores ou o comando da campanha de Dilma Rousseff tenha pedido a quebra de sigilo fiscal de qualquer pessoa. Essas afirmações foram feitas ontem pela vice-procuradora-geral eleitoral, Sandra Cureau, indicando que não pretende propor ação no Tribunal Superior Eleitoral por causa do vazamento de dados sigilosos da Receita Federal envolvendo tucanos.
“Para mim, toda a dificuldade é justamente comprovar se houve motivação eleitoral nesse vazamento, que também ainda não está devidamente comprovado, uma vez que essas informações ainda não foram usadas por nenhum partido ou nenhuma coligação na propaganda eleitoral. Como é que a gente vai demonstrar que essas pessoas agiram a mando da candidata ou a mando do comando de campanha, se não foi usado? Até o momento não há prova de que foi pedido pelo PT. Até agora, a única prova é que o cidadão (que pediu a quebra do sigilo da filha de José Serra, Verônica) era filiado ao PT”, afirmou a vice-procuradora-geral.
Cureau chegou a dizer que a coligação liderada pelo presidenciável tucano José Serra, que “se diz atingida” pelos vazamentos, deveria ter agido mais cedo, já que alega saber das quebras de sigilo desde antes do início formal da campanha.
Ontem, o candidato tucano e o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra, protestaram contra o que teria sido o vazamento de dados sigilosos do genro de Serra, empresário Alexandre Bourgeois, na agência da Receita em Mauá (SP). A Receita negou a quebra de sigilo e esclareceu que houve acesso aos dados cadastrais dele e de mais de 2.600 contribuintes.
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