Ainda da série "Recordar é Viver".
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Ex-cabo eleitoral de Fogaça denuncia esquema de violência
A jovem de 16 anos, APB, que participou do tumulto e invasão do comitê da Frente Popular, no último sábado, procurou a coordenação de campanha de Raul Pont e Maria do Rosário para denunciar um forte esquema de violência planejado pela coligação do candidato José Fogaça. A adolescente, que deixou o trabalho de cabo eleitoral pago pelos adversários, por ter sido vítima de assédio sexual do seu chefe, Renato Pereira dos Santos, conhecido como Sapo, contou que as agressões contra militantes do PT são deliberadas e não conseqüências normais de guerras de torcidas, como eles dizem para a imprensa. "A ordem que a gente recebe deles, antes de sair, é de tirar o PTdas ruas de qualquer jeito. Eles têm ódio do PT e, por isso, mandam a gente agir com violência contra os militantes", revelou APB, na gravação em vídeo apresentada hoje (27) em coletiva à imprensa dada por coordenadores e deputados estaduais petistas.
APB, que registrou ocorrência na Delegacia Especial para Criança e Adolescente (DECA) nesta madrugada, contou com detalhes a "armação daquele ataque ao comitê". "Nós chegamos cedo para preparar o terreno, provocando a militância do PT em frente ao comitê e, depois, nos misturamos a ela. Quando o clima já estava meio pesado, o Renato chamou, por rádio, o grupo de seiscaras que chegou numa kombi. O Renato disse que eles são de uma torcida organizada e acostumados a criar tumulto e brigas em estádios de futebol. Eles usam, inclusive, barras de ferro, paus e facas", relatou a adolescente, que estava acompanhada do pai, Alberico Bittencourt, sindicalista e pedetista histórico em São Leopoldo. De acordo com APB, o grupo uniu as mãos, num gesto que lembra algum tipo de pacto, e deu um grito de guerra de"vamos invadir".
Foi Alberico quem encorajou e autorizou a filha a procurar a FrentePopular para contar sobre o esquema de violência da campanha de Fogaça,depois de buscar em vão providências contra o que fizeram contra ela. Alberico disse que procurou dirigentes da campanha do PPS/PTB para pedir punição ao agressor de APB, tendo falado inclusive com um dos coordenadores, Cláudio Manfroi, sem obter êxito. Sem outro recurso, APB pediu assistência jurídica à Frente Popular e autorizou a utilização pública de seu depoimento. "Acho que, com isso, eu posso estar evitando que outras colegas minhas sofram o mesmo constrangimento que eu sofri.", acredita.
APB também contou que naquele mesmo sábado, depois de deixarem os vidros do comitê da Frente Popular quebrados e sete militantes feridos,todos eles se deslocaram para fazer bandeiraço no viaduto Obirici, na zona Norte, onde por ordem de Renato, danificaram com chutes e pauladas um carro com adesivos e bandeiras do candidato do PT. "Estas não são ações isoladas. A ordem é para que elas sejam feitas em todo local que tiver petista. Esta é campanha mais violenta que eu já fiz. Eles têm muito ódio", constata APB,que faz campanha como cabo eleitoral pago desde muito menina.
A adolescente também identificou os seis "agressores profissionais" chamados por rádio pela coordenação da campanha de Fogaça nas fotos apresentadas pelo comitê da Frente Popular. A fita e as fotos serãoenviadas, nesta quinta-feira (28) à Justiça Eleitoral, pelo departamento jurídico da FP, como provas a serem anexadas ao processo contra a invasão do comitê. Segundo a coordenação da campanha de Raul Pont, as revelações de APB só comprovam o que se vê na rua diariamente. "Elas, na verdade, derrubam esta estratégia da coligação PPS/PTB de tentar vitimizar o Fogaça. Se há vítimas neste processo, somos nós da Frente Popular. Nós tivemos o comitê invadido, doze militantes feridos - dois deles ainda estão hospitalizados - eles ainda tentam cancelar o show do pianista Artur Moreira Lima e o nosso comício de amanhã. Que guerra é esta, que só o nosso lado tem vítimas", lembra o deputado estadual Estilac Xavier, um dos coordenadores da campanhada Frente Popular. O deputado estadual Adão Villaverde acusou a coligação de Fogaça de romper o acordo de paz proposto pela Frente Popular. Ele revelou que acoordenação de campanha também identificou o suposto agredido pelo cantor sertanejo Luciano, como funcionário em cargo de comissão da Companhia Riograndense de Mineração (CRM), uma empresa do governo do Estado. "Todos os fatos de violência desferidos por eles, que agora estão sendo comprovados por nós, demonstram que eles fizeram um acordo só para a imprensa ver", avalia Villaverde, que fez questão de, junto com Lúcio Costa, coordenador-geral da campanha da Frente Popular, afiançar aos jornalistas de que "da nossa parte o acordo está sendo cumprido e será mantido até o final, pois queremos garantir a tranqüilidade do pleito eleitoral".
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