A Folha de São Paulo, fiel ao seu conservadorismo, publica matéria de Flávia Marreiro nitidamente anti-castrista, alegando que Fidel ataca Lula, quando, na verdade, ele questiona o fato do Presidente brasileiro ter saído de Camp David sem nenhum acordo favorável na questão do etanol. Ao mesmo tempo, Fidel denuncia que nem Bush, muito menos Lula, respondem satisfatoriamente a respeito da área ocupada para a produção dos agro-combustíveis em detrimento da produção de alimentos. Tudo isto embasado em dados e declarações de autoridades internacionais.
No entanto, a Folha procura e acha, na USP, algum professor-doutor nisso e naquilo disposto a desqualificar a opinião de Fidel. Gilberto Dupas, coordenador-geral do Grupo de Conjuntura Internacional da USP, obrigado a reconhecer a pertinência das palavras de Fidel, mesmo assim, acusa-o de "maniqueísta".
Lemos o texto do Fidel a procura do tal "maniqueísmo" que, como já era de se esperar, não foi encontrado. Dando uma rápida olhada no currículo de Dupas, ficamos suspresos com as suas palavras à FSP. Alguém com a sua titulação, poderia ser mais cauteloso.
Já para José Augusto Guilhon Albuquerque, fundador do departamento de Ciência Política e do Núcleo de Relações Internacionais da USP, o questionamento de Fidel "é uma velha tática bolchevista que tenta imprensar o centro: quem não está totalmente do meu lado está contra mim". Seria justo, se ele também tivesse dito, que Bush usou a velha tática imperialista do "dividir para reinar". Ou seja, o velho ranço da direita de que TUDO É COISA DE COMUNISTA. Até quando?
Já para José Augusto Guilhon Albuquerque, fundador do departamento de Ciência Política e do Núcleo de Relações Internacionais da USP, o questionamento de Fidel "é uma velha tática bolchevista que tenta imprensar o centro: quem não está totalmente do meu lado está contra mim". Seria justo, se ele também tivesse dito, que Bush usou a velha tática imperialista do "dividir para reinar". Ou seja, o velho ranço da direita de que TUDO É COISA DE COMUNISTA. Até quando?
Não bastasse a FSP, ainda temos que agüentar fogo amigo, na bobagem proferida por Marco Aurélio Garcia, de que não o Brasil não "ideologizará" a questão do etanol.
O próximo passo dos nossos esquerdinhas será propor a desideologização da ideologia, coisa que nem a direita ainda ousou propor.
Êta, meu pai!!!
Fidel volta a criticar álcool e ataca Lula
Folha de São PauloAssunto: Mundo
Título: 1g Fidel volta a criticar álcool e ataca Lula
Data: 05/04/2007
Crédito: Da Redação
Em novo artigo, cubano diz que nem brasileiro nem Bush têm respostas para ameaças ambientais e alimentares do programaPara professor, apesar de maniqueísta, ditador tem bons argumentos e acerta ao questionar retórica ambientalista dos EUA.
DA REDAÇÃO: No segundo artigo em menos de uma semana sobre o tema, o ditador de Cuba, Fidel Castro, voltou a atacar ontem o programa do álcool impulsionado por Brasil e EUA, dessa vez com críticas diretas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em texto publicado pelo jornal oficial cubano, o "Granma", Fidel afirmou que nem Lula nem o presidente americano, George W. Bush, responderam como conseguirão gerar biocombustível suficiente para substituir, ao menos em parte, o uso de petróleo e gás, sem pôr em risco o ambiente e o fornecimento global de alimentos. Fidel, que desde julho passado se recupera de uma delicada cirurgia no intestino, comentava a reunião entre Bush e Lula, no último fim de semana, em que o programa do álcool foi discutido. "Não é minha intenção lastimar pelo Brasil, ou me imiscuir em assuntos relacionados à política interna", começa o cubano. Depois, argumenta que a empreitada do álcool, em proporções mundiais, condena a população pobre do mundo a morrer de fome - "significa nada menos que a internacionalização do genocídio", já que as lavouras seriam redirecionadas para a produção de álcool e o preço dos alimentos subiria. O cubano também cita que Lula voltou dos EUA sem nenhum aceno na questão das barreiras comerciais à importação do álcool brasileiro: "Diante das demandas de seu visitante brasileiro quanto às tarifas alfandegárias e subsídios que apóiam e protegem a produção norte-americana de álcool, Bush não fez a menor concessão".
Estratégia
Gilberto Dupas, coordenador-geral do Grupo de Conjuntura Internacional da USP, considera que, apesar da abordagem "maniqueísta", Fidel foi "inteligente" ao escolher a cruzada contra o álcool para sua "ressurreição" - o cubano já havia abordado o tema em um artigo há seis dias, o primeiro que escreveu desde que transferiu "provisoriamente" o governo ao irmão, Raul. "Fidel Castro, grande produtor de cana que é, aproveitou para bater no velho grande inimigo escolhendo a tese ambiental que é o foco de Bush. A temática dele é controvertida, mas tem aspectos que merecem relevo", afirma Dupas, que lembra que um dos objetivos de Bush com o projeto é tentar diminuir seu "passivo" na questão ambiental. Bush retirou os EUA do Protocolo de Kyoto e as emissões de gás carbônico crescem nos EUA. Além disso, Fidel não está sozinho ao soar o alerta - também o fazem ambientalistas e economistas, com apelo no eleitorado americano.Para José Augusto Guilhon Albuquerque, fundador do departamento de Ciência Política e do Núcleo de Relações Internacionais da USP, a escolha de Fidel revela a importância que Cuba e Venezuela dão ao tema e à aproximação entre os EUA e o Brasil de Lula. O que quer Fidel, e também seu aliado Hugo Chávez, diz Guilhon, é mostrar que não é possível uma posição de centro, como a que pretende Lula, de estar com os EUA e continuar aliado dos esquerdistas. "É uma velha tática bolchevista que tenta imprensar o centro: quem não está totalmente do meu lado está contra mim. "Fidel, diz o professor, atua em dois eixos conectados. O primeiro no sentido de reforçar a posição na região do presidente venezuelano, Hugo Chávez, que "desistiu de compartilhar com Lula e com outras lideranças uma certa direção do latino-americanismo". A segunda meta é apelar à base da esquerda petista, ainda sua audiência. "É como se dissesse: "Lula, se já não nos traiu, está traindo agora'", aponta. (FLÁVIA MARREIRO)
4 comentários:
Legal! Postei no Vozes do Sul lincando pra cá. Um abraço, Joice.
Olá, Cláudia.
Mais dias menos dias, ficaremos livres dessa mídia sabuja conservadora.
Mas ainda vejo com bastante preocupação a questão da sublevação dos amotinados, em parceria com os comandantes insatisfeitos com o governo e seu ministro.
Quando não é o Fidel é o Lula. Quanta falta de criatividade.
Regra n° 1 - "Ditadores" são sempre "maniqueístas", mormente se forem "comunistas".
Regra n° 2 - Presidentes de países "emergentes" jamais ideologizam, caso em que deixariam de "emergir".
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