8 de julho de 2007

Lula nega males causados por agrocombustíveis

O presidente Lula defendeu, em artigo publicado nesta quinta-feira (5) pelo jornal francês “Libération", os agrocombustíveis que, segundo ele, devem trazer vantagens sociais, trabalhistas, econômicas e ambientais para o Brasil. O presidente participou no mesmo dia de uma conferência sobre o tema em Bruxelas, Bélgica.
A declaração de Lula faz referência ao debate sobre o uso de agrocombustíveis em substituição aos combustíveis fósseis. A tese é criticada por ambientalistas e movimentos sociais que ressaltam os males que os agrocombustíveis podem causar. Por exemplo, por meio da expansão das monoculturas de cana-de-açúcar e soja – que tem causado enorme devastação das florestas e do cerrado brasileiro, além de ser responsável pela escassez de recursos naturais, principalmente das reservas de água.
Dados da Comissão Pastoral da Terra (CPT) mostram que além de fertilizantes e agrotóxicos, cada litro de etanol produzido consome cerca de quatro litros de água. Para o integrante da regional nordeste do CPT, Plácido Júnior, a produção de agrocombustíveis representa uma nova fase da colonização, com a apropriação de território, dos bens naturais e de mão-de-obra escrava.
“Na medida em que o governo Lula faz a propaganda a nível mundial dos agrocombustíveis como salvadores do planeta, do outro lado trabalhadores sendo liberados como escravos, como foi o caso do Pará recentemente. Mais de mil trabalhadores sendo liberados como trabalho escravo. A gente vê as matas sendo destruídas. Só temos 40% do cerrado brasileiro e o governo Lula ainda diz que tem muito pra ser destruída, pra avançar com agrocombustíveis”.
De São Paulo, da Radioagência NP, Juliano Domingues.
06/07/07

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