28 de novembro de 2007

Saiba quem vai representar a sociedade no conselho da Empresa Brasil de Comunicação

Fonte: Agência Brasil
Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva nomeou os 15 representantes da sociedade civil que vão integrar o Conselho Curador da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Confira, abaixo, os nomes dos escolhidos e um breve currículo de cada um:
1 - Ângela Gutierrez: Mineira, de Belo Horizonte, Ângela é empresária e empreendedora cultural. É formada em administração de empresas pela Fundação Getúlio Vargas. É especialista em marketing e tem forte atuação social: é presidente do Instituto Cultura Flávio Gutierrez e responsável pela gestão do Museu do Oratório e do Museu de Artes e Ofícios.
2 – Cláudio Lembo: É bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais e advogado desde 1959. Professor universitário, foi governador do estado de São Paulo de março a dezembro de 2006. Exerceu vários cargos naquele estado. Foi, por exemplo, chefe de gabinete do ministro da Educação. Lembo foi também candidato a senador e vice-presidente na chapa de Aureliano Chaves.
3 – Delfim Neto: Economista, professor universitário e político. Foi secretário de Fazenda em São Paulo no governo Laudo Natel e ministro da Fazenda no governo Costa e Silva. Neto também foi ministro da Agricultura e do Planejamento no governo João Figueiredo e embaixador do Brasil na França. Já foi eleito por cinco vezes consecutivas deputado federal e também exerceu o cargo de governador pelo Brasil do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial.
4 – Ima Vieira: É diretora do Museu Paraense Emílio Goeldi e foi coordenadora de pesquisa e pós-graduação do mesmo instituto de 2001 a 2005. Graduada em Agronomia, é autora de vários livros e artigos. É membro do Comitê Multidisciplinar da CAPES desde 2005 e membro de comissões e conselhos em âmbito Federal e Estadual.
5 – Isaac Pinhanta: Professor indígena da tribo dos Ashaninka, no Acre, já participou da Comissão Pró-Índio. A partir de 1993, começou a trabalhar com educação bilíngüe, alfabetizando a aldeia. É também coordenador da Organização dos Professores Indígenas do Acre (OPIAC), que tem como objetivo promover e divulgar a educação escolar indígena.
6 – José Bonifácio de Oliveira Sobrinho (Boni): Empresário de comunicação e especialista em televisão, iniciou a carreira na Rádio Nacional, no Rio de Janeiro. Em 1996, foi para a TV Tupi para dirigir o Telecentro. Na Globo, dirigiu a programação da emissora e foi um dos principais responsáveis pela sua consolidação. Atualmente, é proprietário da emissora TV Vanguarda e consultor da Rede Globo.
7 – José Martins: Engenheiro mecânico, começou carreira na Marcopolo, em 1965. Hoje, ocupa o cargo de vice-presidente do Conselho de Administração da empresa. Exerce ainda as funções de presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Carrocerias para Ônibus, da Associação do Aço do Rio Grande do Sul e do Sindicato Interestadual da Indústria de Materiais e Equipamentos Ferroviários e Rodoviários.
8 – José Paulo Cavalcanti Filho: Advogado de empresas e especialista em legislações que regulam a imprensa em todo o mundo. É também presidente do Conselho de Comunicação Social (CCS). José Paulo foi secretário-executivo do Ministério da Justiça no governo Sarney, presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica e da Empresa Brasileira de Notícias.
9 – Lúcia Willadino Braga: É diretora da Rede Sarah de Hospitias e doutora honoris causa pela Universidade de Reims. É também pesquisadora, neurocientista e neuropsicóloga e professora visitante de 14 universidades da Europa e Estados Unidos. Integra, ainda, a diretoria de cinco das principais sociedades internacionais de pesquisa e tratamento do cérebro.
10 – Luiz Edson Fachin: Advogado, professor de Direito Civil da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Paraná e membro da comissão do Ministério da Justiça sobre Reforma do Poder Judiciáiro. É ex-procurador-geral do Incra, especialista em Direito de Família e Código Civil.
11 – Luiz Gonzaga Belluzzo: Professor titular de economia da Unicamp, foi chefe da Secretaria Especial de Assuntos Econômicos do Ministério da Fazenda no governo Sarney e secretário de Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo no governo Quércia. É membro do Conselho Diretor da mantenedora da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo.
12 - Maria da Penha Maia: Biofarmacêutica. Foi vítima de agressões por parte de seu ex-marido no início da década de 80, que tentou matá-la duas vezes e a deixou paraplégica. Durante vinte anos, lutou para que o agressor fosse condenado pela justiça. Sua militância em movimentos sociais contra a violência e a impunidade foi reconhecida com a sanção pelo presidente Lula, em agosto de 2006, com a Lei Maria da Penha. É coordenadora da associação de estudos, pesquisas e publicações da Associação de Parentes de Amigos de Vítimas de Violência no Ceará.
13 – MV Bill: Cantor de rap brasileiro, nasceu na Cidade de Deus, no Rio de Janeiro. É um dos fundadores da Central Única das Favelas e responsável por várias atividades sócio-educativas em comunidades carentes do país.
14 – Rosa Magalhães: Professora, artista plástica, figurinista, cenógrafa e carnavalesca. Trabalhou no Salgueiro e desenhou figurinos para a Beija Flor, a Portela e o Império Serrano, em parceria com Licia Lacerda.
15 –Wanderley Guilherme dos Santos: Graduado em Filosofia e Ph.D em Ciência Política pela Universidade de Stanford. É professor titular aposentado de Teoria Política da UFRJ, diretor do Laboratório de Estudos Experimentais e Pró-Reitor de Análise e Prospectiva da Universidade Candido Mendes. Membro titular da Academia Brasileira de Ciências.
Ana Paula Marra
Repórter da Agência Brasil
Então, tá!!!!
Precisa dizer mais????

8 comentários:

Anônimo disse...

Cláudia,

Se houvesse uma devassa nas concessões e se o próprio poder público de centenas de municípios não financiasse a infra-estrutura das repetidoras das afiliadas das redes de TV da mídia corporativa, não seria necessário investir um caminhão de dinheiro na TV pública.

Bastava tão-somente garantir a soberania e a independência das TVEs e parar de anunciar na TV aberta, pois a mídia corporativa, mesmo sendo sustentada pelo Governo, omite e distorce muitas informações favoráveis.

Deveria haver uma lei para responsabilizar penalmente jornalistas, acionistas e donos de veículos de mídia e uma ampla fiscalização nos currículos dos cursos de jornalismo a fim de fazer valer visões antagônicas sobre a mesma pauta com o mesmo espaço e na mesma edição.

E também deveria haver a obrigatoriedade de falar mal das próprias empresas anunciantes quando houver algo comprovado que as desabone.

Caso contrário, nada irá mudar.

[]'s e :*
Hélio

Anônimo disse...

De fato, Hélio, se pensarmos que esta criação da tv pública vem com mais de 50 anos de atraso, precisa correr atrás da máquina e de muito dinheiro para funcionar, o caminho mais fácil e muito mais barato seria o de aplicar a legislação vigente, regulamentar o que ainda está em aberto, ou, quem sabe, criar um novo marco regulatório das comunicações. Mas eu vejo com bons olhos a criação da tv pública. Claro, não esta, com estas características. Consideremos que a TV Brasil apresente programação áudio-visual e jornalismo de qualidades, plural, mesmo nesse contexto de tv estatal e, por isso, passe a ter audiência. Bom, nós sabemos que a tv comercial sobrevive apenas em função do anunciante. Se esta perde público, perde dinheiro. O que irá acontecer? Há chances da concorrência entre as emissoras no sentido da melhoria da tv brasileira. Assim, ganha a população brasileira e a tv comercial não fica no prejuízo. A maior crítica da radiodifusão comercial à criação da tv pública de ser "chapa branca" era para escamotear o medo da perda de financiamento via diminuição dos anúncios do Governo Federal em suas emissoras.
Veremos o que acontece com o andar da carruagem.

Camila Diniz disse...

Não, não precisa dizer mais nada. Ah,eu sempre passo por aqui para dar uma lida e voltei com o blog. Posso te adicionar nos links?

grande abraço

(www.personificar.blogspot.com)

Carlos Eduardo da Maia disse...

Espero que a TV pública (que é super necessária) se espelhe no modelo europeu (DW, TV5, TVE, BBC, RTP, RAI) e não no modelo bolivariano (Telesur e Teves - que ninguém vê). A TV pública tem que ser instrumento de construção da cidadania sem apologias ideológicas e partidarismos. Vocês estão a defender uma tv bolivariana, caudilhesca e reacionária. O Brasil não precisa disso para se desenvolver socialmente, que é o que efetivamente importa.

O essencial é invisivel disse...

Gente,

posso parecer maluco, mas quase chorei lendo esse post..é de emocionar ver a lisura com que está sendo construida esta ideia. Lula não quer fazer propaganda própria, e sim proporcionar a DIVERSIDADE de idéias! Indios, rapers, acadêmicos, conservadores, globais..Fiquei impressionado.

Claudinha, parabens pelo post! VOu linká-lo!

Abraços!

Anônimo disse...

Caso a TV Brasil não seja como a BBC ou a DW, os outros exemplos são técnica e conteudísticamente fraquíssimos.

Independentemente de a programação ser de primeira e de procurar evitar ao máximo puxar a sardinha para o assado de QUALQUER governo, temo que a audiência seja traço ou próxima disso, mesmo que o Governo passe a gastar com publicidade institucional para empresas públicas somente na TV Brasil.

Tomara que eu esteja enganado!

[]'s e :*
Hélio

Claudinha disse...

Chega a ser enfadonho, mas acho importante salientar que não existe isenção na mídia, seja ela comercial ou pública. Toda ela exprime uma ideologia, a Rede Globo e o Grupo RBS são exemplos cabais de uma programação e de um jornalismo de direita. E a BBC, modelo de tv pública para muito brasileiro ilustre, como o Laurindo Leal Filho, é tida como elitista no seu conteúdo. Ou seja, não há saída.
O que se espera de uma tv pública é que ela seja popular, mostre a produção das várias culturas existentes neste país, não apenas a zona sul do RJ, mote para angariar audiência. Uma tv diferente da que nós temos, pois com esta tv comercial, mesmo mudando o canal, o formato e o conteúdo do jornalismo e do entretenimento são sempre a mesma coisa. Na tv a cabo tb: os enlatados americanos sempre têm os mesmos dramas. Um tédio só. Salva-se um pouco por apresentar cinema, documentários e jornalismo um pouco mais decente. Quem paga, não quer se informar na base da mistificação, empulhação e mentiras deslavadas.

Carlos Eduardo da Maia disse...

Cláudia e Hélio, tv tem que ter audiência. Tem que ter Ibope E TAMBÉM TEM QUE SER OBJETO DE CONSTRUÇÃO DA CIDADANIA. Ela tem que chegar no psiquê das pessoas. Se o povo não gosta do programa ele muda de canal. O mundo de hoje -- ao contrário do mundo de ontem -- é de diversidade. E o fluxo da mídia não pode ser NUNCA restrito. Tem que abrir sempre e essa é a minha crítica ao Chávez e a qualquer projeto que quer interromper o livre fluxo da mídia. A tendência é de que cada dia que passa mais e mais pessoas estejam inseridas no contexto de que cada um faz a sua mídia. Cada um escolhe o que quiser ver, sem imposições de ideologias, religiões etc. E por isso não se pode interromper a liberdade de opção. Chávez fez muito mal em cortar o fluxo da RCTV, impedindo assim a diversidade de informação e entretenimento. Uma tv pública brasileira vai ter que ter o desafio de competir com as redes privadas e vai ter que ser competente para isso. Vai ter que fazer programas bons, de boa qualidade, com profissionalismo. Não basta para fazer uma boa tv, uma ideologia na cabeça e uma câmera na mão. É necessário muito mais. E que a vida siga seu fluxo para melhorar a qualidade de vida de todos que é o que efetivamente importa.