O Luiz Carlos Azenha, do VioMundo, talvez não tenha a noção de como o seu trabalho jornalístico é um esforço importantíssimo para o bem da democracia, mais do que para a democratização da comunicação. Sua análise sobre o referendo aprovatório, ocorrido ontem na Venezuela, é de leitura imperdível!
Seguem alguns trechos:
(...)
Depois de três dias em Caracas, estou esperando para ver a tal ditadura chavista se materializar em falta de liberdade de imprensa, de manifestação, de expressão, de trânsito... Não fui parado uma vez sequer filmando nas ruas da cidade, nem mesmo em zonas eleitorais. Tente filmar por quinze minutos, com uma câmera amadora, o prédio do Citibank em Nova York e você vai ver o que acontece...
De volta a Chávez, o cálculo dele era de que, reeleito com ampla maioria, tinha uma janela de oportunidade para fazer passar a reforma constitucional, aproveitando a "fraqueza" relativa do governo Bush. Porém, enfrentou uma barragem sem precedentes da artilharia midiática, no que talvez tenha sido a primeira grande campanha internacional, com métodos de guerrilha informativa, na História contemporânea da América Latina. Através da omissão, da manipulação, da seleção e da deturpação de imagens e informações.
De volta a Chávez, o cálculo dele era de que, reeleito com ampla maioria, tinha uma janela de oportunidade para fazer passar a reforma constitucional, aproveitando a "fraqueza" relativa do governo Bush. Porém, enfrentou uma barragem sem precedentes da artilharia midiática, no que talvez tenha sido a primeira grande campanha internacional, com métodos de guerrilha informativa, na História contemporânea da América Latina. Através da omissão, da manipulação, da seleção e da deturpação de imagens e informações.
(...)
A mídia venezuelana é uma questão à parte, que merece muitos estudos. As formas de manipulação midiática se sofisticaram em relação ao golpe de 2002. Afinal, as empresas precisam garantir alguma credibilidade para manobras futuras. É por isso que critiquei, no site, deputadas que rasgaram elogios à RBS recentemente, sem fazer qualquer reparo à atuação do grupo na política brasileira. A mídia, em seu novo papel de protagonista da política, tão ou mais forte que os partidos políticos, com a capacidade de determinar a agenda política, criar e alimentar factóides e decidir eleições, "armazena" credibilidade como se fosse munição para ser usada no futuro.
(...)
Existe uma rede de prestadores de serviço a essa causa, que acho justa, DO PONTO-DE VISTA DOS INTERESSES DOS ESTADOS UNIDOS. Eu, se fosse eles e quisesse exercer a hegemonia mundial, faria exatamente a mesma coisa. Essa rede de "denuncismo" ou "patrulhamento" de outros países - que raramente faz denúncias que envolvam os próprios Estados Unidos - é formada por entidades que se apresentam como defensoras da liberdade de imprensa, quando na verdade defendem mais o direito das empresas que o dos jornalistas. Procurem saber quem financia quem e vocês vão entender melhor a lógica desse novo "negócio".
(...)
Nenhum comentário:
Postar um comentário