19 de maio de 2008

PAULO SANTANA E SUAS IDIOTICES

Do blog do Ver. Adeli Sell.
O jornalista Paulo Santana se acha um homem acima do bem e do mal. Acima dos simples mortais. Ele é o sujeito que acha que pode furar fila em aeroporto, mas seus cabelos brancos não lhe dão os direitos de um ancião. Ele também - na contramão da história - defende dar esmolas nas esquinas, como dar dinheiro para flanelinhas, como se o cidadão não tivesse o direito de ter segurança, já que paga os seus impostos. E dar esmolas nas esquinas e comidas para moradores de rua é perpetuar a miséria.
O problema é que todos têm medo de contestá-lo, porque ele tem um jornal, uma rádio e uma TV à sua mão, podendo bater sem dó e sem piedade nos outros, para ter direito à resposta a ele teria que entrar na Justiça, e estas coisas mais dão trabalho do que resultados. Pois nem sempre a Justiça está ao lado de quem merece. Eu já mandei respostas às suas posições expressas na coluna, mas nunca se dignou a respondê-las, muito menos de dar espaço e publicá-las. Mas eu não preciso dele.
Eu quero dizer que estas suas tolices vão merecer de mim, em qualquer lugar, dura oposição. Já falei isto no Plenário da Câmara, no cumprimento de meu mandato de vereador, mas me alertaram que poderia me custar caro isto, pois estaria afrontando a mídia tradicional. Mas como em tudo neste mundo, tem o joio e o trigo, sei separar estas coisas desde criança. É claro que não terei com minhas falas, meus textos, a repercussão que suas tolices têm, mas me calar eu não vou.
Além destas tolices, agora ele vem com um papo sobre carroceiros, cavalos, coleta de lixo, numa clara demonstração que mais conhece Punta del Este do que a nossa Porto Alegre. Mas cada um é cada um. Ele na dele, eu na minha, mas como há democracia neste país, posso falar sem ser preso.
Pois o seu Paulo Santana se usa de um papo de uma outra pessoa, que nem sei se existe, para deitar o verbo, para defender em sua coluna de 7 de maio em Zero Hora o atraso, o medievalismo, o trabalho desumano de carrinheiros e carroceiros, pois ele não sabe que têm alguns guris que têm título de cientista social que se travestem de catadores e carroceiros, que tem ONG que recebeu um caminhão de presente da Petrobrás, que é utilizado para tudo, menos para os verdadeiros e sofridos catadores, que têm montanhas de atravessadores de lixo, que alugam carrinhos, que exploram quem cata, quem recolhe, quem transporta na força do braço ou que depende do sofrimento animal.
Paulo Santana desconhece que temos 13 galpões de reciclagem que hoje recebem nem bem 60 toneladas de lixo diários do DMLU, um lixo de quinta categoria, o resto do resto, porque o lixo bom já foi recolhido antes e está na mão dos atravessadores, dos mercadores do lixo, que ganham muito, mas muito, dinheiro às custas de pobres e sofridos catadores, carrinheiros, carroceiros, com o sofrimento de esquálidos animais.
Ele também vive numa redoma de vidro, pois se vivesse o mundo real, saberia que Caxias do Sul, aqui bem pertinho, tem coleta de lixo mecanizada, com separação em contêineres já na rua, que tudo isto vai para galpões e que lá o pessoal dos galpões ganha o dobro e até três vezes mais que o nosso pessoal daqui.
Sugiro que nas suas próximas andanças pelo mundo, ele veja como são as coisas em termos de coleta de lixo num mundo moderno e civilizado. Se é que ele cuida de como são as coisas nas ruas.
O problema das carroças, com a brutal exclusão social que ela impõe, está servindo para tudo em Porto Alegre. Para falar tolices, por exemplo, mas também para fazer populismo, para fazer politicagem.
Nós estamos ao lado dos pobres seres humanos explorados na cata, coleta e seleção de lixo. Dos pobres, homens, mulheres, crianças que puxam carrinho ou que em cima de magros cavalos mal ganham para comer, que vivem em favelas, em vilas sem condições minímas de higiene.
Nós lutamos para que os gestores públicos garantam cursos de reciclagem de mão de obra, garantam formação profissional, creches para as crianças quando os pais saem para o trabalho, escola para todos, saúde e moradia digna.
Nós achamos grotesco e medieval pessoas e animais terem que dormir lado a lado. Nós abominamos que pessoas tenham que viver no meio do lixo, no meio de ratos e contrair todo o tipo de doenças.
Nós queremos trabalho digno para todos. Como nós queremos o fim do sofrimento dos animais. Como nós queremos trânsito seguro, sem acidentes, sem mortes, sem atropelamentos, sem xingamentos, sem o sofrimento dos bichos.
Hoje em dia não é função de cavalo e pessoas fazeram o que estão fazendo, isto é coisa para o motor, o carro, a tecnologia. Homem e animal devem ser poupados deste sofrimento.
O que Paulo Santana defende é que ele continue onde está, podendo sair de Porto Alegre, quando quiser, mas que os carroceiros, carrinheiros, os pobres, enfim todos os outros vivam como estão vivendo, na miséria.
Eu não nasci para ver os outros sofrerem. Neste ponto, sou radical. Tenho orgulho de ser radical e não sucumbir diante da mesmice, da desgraça, nem vou ser ganho para o populismo e como político não faço politicagem.

ADELI SELL é vereador do PT, Porto Alegre, RS
www.blogdoadeli.blogspot.com
www.adelisell.com.br
Fone 0xx51.99335309

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Um comentário:

Anônimo disse...

Deste cidadão. o Adeli Sell, nao posso esperar outra posiçao.
Parabéns.