4 de julho de 2008

Perigosa Lambança

Está aí o texto publicado na ZMentira de hoje, 04/07/08, sobre a tal operação de resgate da Ingrid Betancur, operação esta que é naturalizada pelo "jornal" da RBS como se fosse uma coisa normal e até desejável.
Uma perigosa lambança envolvendo o governo colombiano chefiado por um advogado de traficantes, um candidato nazista à presidência dos EUA, o cartel da droga, o governo dos EUA, o governo israelense, empresas privadas de "segurança", mercenários israelenses e, como não poderia deixar de ser, "contratos milionários" (para não dizer dinheiro muito sujo).
Se abrirmos o foco para além desse episódio, o que podemos perceber é a crescente militarização da America Latina no âmbito das disputas entre os interesses do grande capital e dos estados nacionais, ou grupos políticos, que tentam resistir à devastação neoliberal.
Nada mais interessante para os EUA, do que um conflito nessa região, com pretexto para se apossar das riquezas da amazônia, golpear os governos de Chávez e Evo Morales - que resistem às investidas ianques - e desestabilizar o Mescosul.
Não bastasse a tradicional e truculenta intervenção estadunidense na América Latina, agora ela vem acompanhada pelas "consultorias" fascistas do estado de Israel, que se especializou em espalhar mercenários pelo mundo afora para fazer o serviço sujo de apoiar ditaduras a serviço dos EUA.
Os objetivos dos EUA nós conhecemos muito bem. Mas os de Israel? Será que os israelenses se sentem ameaçados pelos camponeses colombianos?
Nestes enlaces pode-se ver a atuação destes "contratistas", o novo jeito de chamar os merceários, muitos deles criminosos, que atuam nessa nova guarda "pretoriana" do grande capital. É o capitalismo na sua forma mais infame e sangüinária:
Aqui, mercenários se "divertem' atirando em civis iraquianos.
Aqui, uma matéria de uma tv mexicana sobre a Blackwater.
Abaixo, parte da página 5 de ZMentira do dia 04/07/08.

3 comentários:

Leandro Rodrigues disse...

Há um documentário interessante sobre essas empresas mercenárias que estão barbarizando o Iraque. O nome é "Shadow Co." Tem mais alguns que ainda não vi, mas falam sobre a ocupação israelense na palestina, o "Occupation 101" e, se não me engano, "Democracy on War". Valem a pena!!!!

Anônimo disse...

Como já dizia Rosa Luxemburgo: Socialismo ou barbárie.

Não é casual nem um capricho que Rosa se aprofundou em "O Capital" de Marx, aclarando as leituras brutalmente economicistas que se fizeram daquela obra, assinalando em relação à violência que: "Não se trata já da acumulação primitiva [originária] mas de uma continuação do processo até hoje. [...] Do mesmo modo que a acumulação do capital, com a sua capacidade de expansão súbita, não pode aguardar o crescimento natural da população operária nem conformar-se com ele, tampouco poderá aguardar a lenta decomposição natural das formas não capitalistas e a sua passagem à economia de mercado. O capital não tem, para esta questão, outra solução para além da violência, que constitui um método constante de acumulação de capital no processo histórico, não só na sua génesis, mas ao longo do tempo, até hoje".

A sua conclusão é taxativa. Para os que leram – e continuam a ler – a obra magna de Marx como um simples tratado "vermelho" de economia, onde a violência, o exercício da força material e as relações de poder ficavam incluídas unicamente nos alvores iniciais da produção capitalista – durante a chamada acumulação "originária" – Rosa destaca que a violência continua nas fases maduras do desenvolvimento do capital. Não só continua..., aprofunda-se! Não há pois acumulação de capital – o seu objecto de investigação – sem violência. Não existe "economia pura" sem poder. Não haverá pois superação do capital sem que o povo apele a uma resposta contundente face a esse poder e a essa violência.

Claudinha disse...

Clairton e Leandro, muito obrigado pelas suas felizes intervenções no blog. É deste tipo de comentário qualificado que precisamos, pessoas que nos abasteçam com idéias e informações para além do que propõe o texto da postagem.
Quanto a Rosa de Luxemburgo, Eric Hobsbaunn termina seu livro auto-biográfico citando-a nisso mesmo que foi exposto: socialismo, ou barbárie.