O ministro-chefe do GSI (Gabinete da Segurança Institucional), general Jorge Armando Félix (foto), teve suas recentes declarações negligenciadas pelo PIG, por motivos óbvios. A Abin está sob a responsabilidade administrativa do GSI, portanto, do próprio general Félix.
Pois, segunda-feira passada, o ministro Félix levantou uma hipótese plausível para a escuta ilegal do presidente do STF. Para o general, agentes da Abin teriam sido contratados extra-oficial e extra-legalmente pelo banqueiro Daniel Dantas para fazer e divulgar o grampo. Mas nem precisariam ser agentes da Abin, qualquer detetive particular das grandes cidades está habilitado a grampear qualquer ligação telefônica, hoje.
Quem vazou essa informação foi o próprio senador Demóstenes Torres (Dem-GO), assim:
"Ele [Félix] disse. O Daniel pode estar por trás disso [grampo]", afirmou o senador. "O general afirmou ainda que, no fim da investigação, vai aparecer muito jornalista que recebeu do Opportunity", completou.
Ainda segundo o senador Demóstenes, Naji Nahas, preso com Dantas na operação Satiagraha, também foi citado por Félix como sendo alguém interessado na trama dos grampos.
Não é de estranhar, então, que o PIG – sempre tão interessado nestes factóides usinados – não tenha repercutido como deveria as declarações do insuspeito senador Demo e do próprio general Jorge Armando Félix.
Agora, cabe a indagação: quem são os jornalistas que estão na folha de pagamento do banco de Daniel Dantas?
Finalmente, é preciso chamar a atenção para o gesto precipitado e pressuroso do presidente Lula ao atender a exigência do ministro Gilmar Mendes em cortar a cabeça do delegado Paulo Lacerda da Abin.
Agindo assim, o presidente Lula deixa de ser sujeito do seu próprio governo, para virar objeto de tucanos togados e banqueiros quadrilheiros.
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