10 de janeiro de 2009

Ato falho de Obama confirmaria o uso de tortura na administração Bush?

Obama, como qualquer estadunidense, não foge à regra, quando se trata de arrogância. Declara que, no seu governo, não será usada a tortura. Em outras palavras, admite que os EUA torturam e deixa, em maus lençóis, seu antecessor sobre quem pesam acusações nesse sentido.
Obama se sente à vontade para fazer tal afirmação, porque tem convicção de que nenhum tribunal alcançará Bush e a quadrilha que fez parte do seu governo.
Mas o mundo dá voltas e nunca se sabe. As declarações de Obama são mais do que suficientes para comprometer Bush e CIA. até a raiz dos cabelos. Milosevic foi condenado por muito menos que isso.
Outra manifestação de sua arrogância, é crer que ele terá controle absoluto sobre essas agências de inteligência, sabidamente, um poder paralelo ao governo estadunidense.

Da página do Terra:

Obama forma equipe com promessas contra tortura

O presidente eleito de EUA, Barack Obama, apresentou nesta sexta sua equipe de Inteligência, que será liderada por Leon Panetta como diretor da CIA e que terá como princípio, segundo prometeu, a oposição à tortura.

Na nova equipe, estarão, além de Panetta, o ex-almirante Dennis Blair como diretor nacional de Inteligência - coordenador dos trabalhos dos diferentes serviços secretos - e John Brennan, um veterano da CIA, como assessor antiterrorista da Casa Branca.

A nova equipe, segundo afirmou Obama em entrevista coletiva em seu escritório de transição, representará uma clara ruptura com as práticas durante a administração de George W. Bush.

Ele referiu-se, embora sem mencioná-lo diretamente, à admissão da CIA em utilizar torturas contra os suspeitos de terrorismo e ao uso dos dados de inteligência para decidir ir à Guerra do Iraque.

"Sob meu Governo, EUA não tortura. Respeitará as convenções de Genebra", sustentou o futuro presidente, que tomará posse em 20 de janeiro.

Os Estados Unidos "respeitarão os ideais e as idéias mais altas, e esta é uma encomenda clara que lhes fiz" a Panetta e Blair, destacou Obama, acrescentando: "devemos nos aferrar a nossos valores de maneira tão diligente como protegemos nossa segurança, sem nenhum tipo de exceção".

Também insistiu em que os serviços secretos devem "adotar suas avaliações com base somente nos fatos, não em uma agenda política", como se acusou ao Governo Bush de ter feito no caso do Iraque.

Neste sentido, Dennis Blair afirmou na entrevista coletiva que, ao apresentar seus relatórios a Obama, lhe contará claramente o que os serviços de inteligência sabem e também o que não sabem.

Tanto Panetta quanto Blair são "funcionários de integridade inquestionável, uma ampla experiência e gerentes sólidos com a base de pragmatismo de que necessitamos em tempos de perigo", declarou Obama.

A formação da equipe de Inteligência de Obama foi uma das mais complicadas em seu gabinete.

A nomeação de Panetta, um político com um grande histórico no manejo de orçamentos e de gestão, mas com pouca experiência direta no setor dos serviços secretos, também recebeu críticas ao ser vazada, nos últimos dias.

As críticas foram lideradas pela senadora Dianne Feinstein, nova presidente do comitê de Assuntos de Inteligência, que reclamou por não ter sido consultada.

Obama se desculpou pessoalmente e Feinstein, que também falou com Panetta, retirou suas objeções.

Em suas declarações hoje, o presidente eleito afirmou que Panetta será um "firme defensor" da CIA que fornecerá grandes habilidades na gestão e em sua capacidade de relacionamento com o Congresso.

Por sua vez, Panetta afirmou que os agentes dos serviços secretos "estão na linha de frente" da segurança e que merecem e terão todo seu apoio.

O presidente eleito, que toma posse daqui a 11 dias, disse ainda que John Brennan, um veterano da CIA, será seu assessor na Casa Branca para assuntos de luta contra o terrorismo.

Inicialmente, Brennan havia sido sua opção para comandar a CIA, mas o ele retirou sua candidatura devido aos protestos da ala mais esquerdista democrata, que criticava declarações nas quais ele parecia apoiar que a agência de inteligência utilizasse maus-tratos em interrogatórios de suspeitos de terrorismo.

Ao nomeá-lo diretamente para um posto na Casa Branca, Obama não expõe Brennan a um escrutínio público.

Ao contrário de Brennan, os cargos de Panetta e Blair devem ser ratificados pelo Senado em uma audiência de confirmação.

Como assessor da Casa Branca, Brennan, que atualmente dirige uma firma privada de segurança e análise de risco, terá grande influência na política para o Irã, na qual reivindicou grandes mudanças.

Caricatura: Borges

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