10 de março de 2010

PT VAI À JUSTIÇA CONTRA VEJA, ESTADÃO E BLAT




Nota do Partido dos Trabalhadores

É com perplexidade e absoluta indignação que o Partido dos Trabalhadores vem acompanhando a escalada de ataques mentirosos, infundados e caluniosos por parte de alguns órgãos da imprensa a partir de matéria sensacionalista publicada na última edição da revista Veja.

O mais absurdo desses ataques se deu hoje, terça-feira (9), quando o jornal O Estado de S.Paulo usou seu principal editorial para acusar o PT de ser “o partido da bandidagem” – extrapolando todos os limites da luta política e da civilidade sem qualquer elemento que sustente sua tese.

O PT tem uma incontestável história de lutas em defesa da democracia, da cidadania, da justiça e das liberdades civis. Nasceu dessas lutas, se consolidou a partir delas e, nos governos que conquistou, tem sido o principal promotor da idéia de um Brasil efetivamente para todos, com absoluto respeito às instituições democráticas, às regras do jogo político e ao direito fundamental à liberdade de opinião e expressão.

Para nós, a diversidade de opiniões é a essência não só da democracia, mas também do próprio PT. Devemos a essa característica, em grande parte, o sucesso de nosso projeto de país, cujo apoio majoritário da população se dá em oposição aos interesses da minoria que nos ataca.

Nem o PT nem a sociedade brasileira podem aceitar o baixo nível para o qual parte da mídia ameaça levar o embate político às vésperas de mais uma eleição presidencial. O Brasil não merece isso. A democracia não merece isso. A liberdade de imprensa, defendida pelo PT mais do que por qualquer outro partido, não merece que façam isso em nome dela.

O PT não entrará nesse jogo, no qual só ganham aqueles que têm pouco ou nenhum compromisso com a democracia. Mas buscará, pelas vias institucionais, a devida reparação judicial pelas infâmias perpetradas contra o partido e seus milhões de militantes nos últimos dias.

Acionaremos judicialmente o jornal o Estado de S.Paulo, pelo editorial desta terça, e a revista Veja, pela matéria que começou a circular no último sábado. Também representaremos no Conselho Nacional do Ministério Público contra o promotor José Carlos Blat, fonte primária de onde brotam as mentiras, as ilações, as acusações sem prova e o evidente interesse em usar a imprensa para se promover às custas de acusações desprovidas de qualquer base jurídica ou factual.

José Eduardo Dutra
Presidente Nacional do PT
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Finalmente, o PT toma uma importante medida! Sugerimos também que repreenda o seu filiado Antonio Palloci por participar do seminário promovido pelo Instituto Millenium e PIG. Além disso, sugerir a demissão do Ministro das Comunicações Helio Costa, que se manifestou contra decisão unânime do GT 11 da I CONFECOM, que aprovou a criação dos conselhos nacional, estadual e municipal de comunicação, que tem, como uma de suas atribuições, o controle social da mídia.

5 comentários:

Mirabeau Bainy Leal disse...

QUAL É O PARTIDO POLÍTICO DO PROMOTOR BLAT?

Palavras de Veja, a sujeira do Millenium:

Os seis anos em que atuou no grupo de elite dos promotores paulistas fizeram de José Carlos Blat uma celebridade...
...O Promotor Blat já traça outros planos.
Blat disse a VEJA:
"Eu me desiludi com o Ministério Público. Estou pensando em me candidatar a deputado federal".

Comento:
JÁ QUE A LEI ELEITORAL EXIGE A FILIAÇÃO PARTIDÁRIA PARA TODO CANDIDATO A CARGO ELETIVO

SERIA BOM O "PROMOTOR DE JUSTIÇA" José Carlos Blat, A CELEBRIDADE DE VEJA,

REVELAR LOGO AOS ELEITORES
POR QUAL PARTIDO POLÍTICO IRÁ SE CANDIDATAR A DEPUTADO.

A julgar pela CPI do PSDB de São Paulo instalada oportunamente neste ano eleitoral, com base nas declarações da celebridade ministerial pública de Veja,

Acho que dá para deduzir qual é o partido dele.
Não dá?

Mirabeau Bainy Leal disse...

MAIS LUCIDEZ, MENOS LOUCURA
Eu compreendo que as paixões populares são irracionais e que, contra o irracional, não existe argumento. Não foi à toa que Shakespeare, pela voz de Hamlet, um dos seus personagens, disse que "o coração tem razões que a própria razão desconhece".
Mesmo assim, vou tentar argumentar, fundamentando, até porque a hora exige mais lucidez e menos loucura.

O enunciado da terceira lei do físico inglês Isaac Newton diz o seguinte:
"a toda ação corresponde uma reação igual e em sentido contrário".
Avalio que dois fatos ocorridos nos últimos dias mudaram radicalmente o ritmo desta eleição de 2010 e demonstraram, na prática, a veracidade da lei enunciada pelo físico inglês, prenunciando um enfrentamento político inusitado no País.
A ação veio com o primeiro fato: O discurso de Dilma Rousseff no lançamento de sua pré-candidatura à Presidência da República, no Congresso Nacional do PT realizado em São Paulo.
E a reação imediata, com o segundo fato: A reunião das famílias donas da grande mídia brasileira (mass media brasilis), no evento organizado pelo Instituto Millenium, realizado num hotel de luxo, também em São Paulo.
Até aqui, nada de novo. Tudo exatamente como previu a lei de Newton.
Mas há um detalhe que chamou a atenção:
Como a ação partiu de uma candidata, no caso Dilma Rousseff, pertencente a um partido político, o PT,
teoricamente, pela lógica, a reação deveria ter vindo de um pré-candidato oponente a Dilma e membro dos quadros de um partido de oposição ao PT.
Mas não. Nenhum candidato ou pré-candidato de oposição a Dilma se manifestou publicamente a respeito.
A não ser por algumas poucas manifestações de alguns políticos imorais, que nem candidatos a presidente são nem nunca seriam, precisamente porque desmoralizados (ou demoralizados?),
poderíamos até dizer que não existe partido de oposição ao governo de Lula (que sempre foi e continua sendo do PT), tal a popularidade, o prestígio e a credibilidade que obteve o Presidente da República, tanto no Brasil quanto no exterior, por sua eficiência governamental e capacidade administrativa, durante estes quase oito anos de administração pública.

Surpreendentemente (ou nem tanto para quem os conhece) os literalmente reacionários ao PT e à sua pré-candidata foram os donos da grande mídia empresarial, mercantil e patrimonial, reunidos sob o patrocínio do Instituto Millenium.

E isso é um incidente extremamente grave para a Democracia.

Não é grave pelo simples fato de a mídia se organizar contra o governo e sua candidata. Isso ocorre em qualquer outro país capitalista, tanto nas mídias de direita quanto nas de esquerda, tanto a favor como contra o governo.

A gravidade está no fato de que absolutamente todos os grupos de mídia do país
e tão-somente os grupos de mídia do país
reagiram à ação de uma candidata de um determinado partido político que está no governo.
A grande mídia está reagindo como se partido político fosse. E partido de extrema-direita.

Para quem assistiu ao evento do Instituto Millenium ou leu o conteúdo das manifestações realizadas por representantes da Editora Abril/Veja, Rede Globo, Estadão e Folha de São Paulo, dentre outros, ficou claro e evidente que, sob o manto do tema "liberdade de expressão", foi ali elaborado um verdadeiro plano, de curto prazo, articulado entre todas as mídias, com o objetivo exclusivo de combater o governo Lula e destruir sua candidata, nos moldes das piores tramas militares golpistas.

A Veja já tomou a iniciativa de atacar, como franco atiradora que é, até porque é uma revista da Editora Abril para quem tanto faz se está mentindo ou falando a verdade, se possui assinantes ou não, pois é sustentada pelo capital estrangeiro, só para atacar a esquerda.

Outros ataques virão e serão sucessivos, no sentido de desestabilizar a segurança institucional, atentando contra a democracia.

E os partidos da esquerda e seus militantes devem estar conscientes e alertas para isso.

É hora de lucidez, não de loucura.

Claudinha disse...

Muito bom, Mirabeau! Obrigada pela contribuição!

Mirabeau Bainy Leal disse...

Aos meus amigos e amantes literários aqui vai o meu pedido de perdão pelo lapsus memoriae, com os devidos esclarecimentos.

O aforismo "o coração tem razões que a própria razão desconhece" é de autoria do filósofo e cientista francês Blaise Pascal (19/06/1623-19/08/1662). No original, em francês: "Le cœur a ses raisons que la raison ne connaît point" .
É de Pascal, também, o aforismo: "Quanto mais conheço os homens, mais amo o meu cão" ("Plus je connais les hommes, plus j'aime mon chien").

O teatrólogo-filósofo e poeta inglês William Shakespeare (26/04/1564 -23/04/1616) em um dos diálogos da cena IV do ato terceiro da peça Hamlet, disse, na verdade, o seguinte:
"HAMLET: ... Não me digais que isso se chama amor, porque em vossa idade o sangue aplaca seus ardores, tornando-se a prudência submissa e obediente. E que prudência desceria desse para esse outro. Tendes sem dúvida algum sentimento, pois, se não fosse assim, a afeição vos faltaria; mas, decerto, este sentido está em vós paralisado, pois nem a loucura padeceria de tal erro, nunca o bom senso se escravizou ao delírio até um extremo que não conservasse suficiente discernimento para apreciar semelhante distinção".

Aliás, Shakespeare, na sua obra teatral, faz, de forma poética, através da voz de seus personagens, especialmente em Hamlet, uma das mais profundas análises da alma e do espírito humanos, como raramente visto na literatura universal.

O monólogo de Hamlet, que por sinal imortalizou a frase "Ser ou não ser, eis a questão", dá uma mostra:
"Ser ou não ser, eis a questão!
O que é mais nobre para o espírito?
Sofrer na alma os dardos e as setas de um ultrajante fado
Ou, resistindo, pegar em armas contra um mar de desgraças,
para por-lhes um fim?
Morrer... dormir... nada mais.
E, com o sono, dizem, terminamos o pesar do coração
e os mil naturais conflitos que constituem a herança da carne!
Que fim poderia ser mais devotamente desejado?
Morrer... dormir! Dormir!... Sonhar talvez !?!
Sim, eis aí a dificuldade!
Porque é forçoso que nos detenhamos a considerar
que sonhos possam sobrevir, durante o sono da morte,
quando tenhamos nos libertado do redemoinho da vida.
Aí está a reflexão que torna uma calamidade a vida assim tão longa!
Porque, senão, quem suportaria os ultrajes e os desdéns do tempo,
a injúria do opressor, a afronta do soberbo, a angústia do amor desprezado,
a morosidade da lei, as insolências do poder
e as humilhações que o paciente mérito recebe do homem indigno,
se ele próprio poderia encontrar quietude pela ponta de um punhal?
Quem preferiria suportar tão duras cargas,
gemendo e suando sob o peso de uma vida fatigante,
se não fosse o temor de algo depois da morte,
região misteriosa de onde nenhum viajante jamais voltou,
confundindo nossa vontade
e impelindo-nos a suportar os males que nos afligirem
ao invés de nos atirarmos a outros que não conhecemos?
E é assim que a consciência nos transforma em covardes;
E é assim que o primitivo verdor de nossas resoluções
se estiola na pálida sombra do pensamento;
E é assim que os empreendimentos de maior alento e importância,
com tais reflexões, desviam seu curso
e deixam de ter o nome de ação."

Espero haver me redimido à altura do conhecimento de vocês.

Um abraço camarada e libertário a todos

Mirabeau Bainy Leal

Rodney Torres disse...

Recomendação de leitura:

"Intocável sob suspeita"
"Pioneiro da era dos promotores heróis, José Carlos Blat é investigado por seus pares"

http://blogdoadeli.blogspot.com/2010/03/intocavel-sob-suspeita.html