2 de maio de 2010

A desavergonhada Veja


A imprensa golpista brasileira perdeu de vez a compostura. A invenção e a mentira passaram a ser pauta editorial. Não é novidade, o exemplo vem dos EUA com a sua propalada armas de destruição em massa no Iraque, hoje, sabidamente, uma farsa para justificar uma invasão estadunidense. Além disso, no período de ditadura civil militar, também eram comum essas práticas, digamos, jornalísticas. Mas o que justificarim tais medidas editoriais, num período de democracia representativa, se não a vontade latente de que voltem os tempos de exceção, ou a era FHC, na qual a elite se esbaldou ao se apropriar do que é público para benefício próprio?

As famílias Frias e Civita, entre outras, estão seguindo por um caminho mais que tortuoso, mortal para seus próprios negócios. Se já é uma realidade a diminuição das vendas de jornais e revistas, caberia mais prudência por parte de seus donos. Uma coisa é ser conservador, assumir-se apoiadores da candidatira José Serra. Outra coisa é ser de extrema direita e partir para práticas que agridem a inteligência de alguns dos seus leitores, nem todos, tão alinhados ideologicamente com tal editoria. Além do mais, em tempos de Internet, a mentira tem pernas curtíssimas! Essa história de se colar, colou, deveria ser reavaliada, até em nome dos bons negócios. Essa turma, que adora consultorias privadas, não tem alguma para dar dicas sobre como vender mais?

Segue a mensagem do antropólogo Eduardo Viveiros de Castro à revista Veja, publicada no Viomundo, na qual ele a acusa de falsificação-mentira de suas palavras. Notem que Castro nem sequer foi entrevistado pelo responsável pela matéria!

O antropólogo e a revista

Ao Editores da revista Veja:

Na matéria “A farra da antropologia oportunista” (Veja ano 43 nº 18, de 05/05/2010), seus autores colocam em minha boca a seguinte afirmação: “Não basta dizer que é índio para se transformar em um deles. Só é índio quem nasce, cresce e vive num ambiente cultural original” . Gostaria de saber quando e a quem eu disse isso, uma vez que (1) nunca tive qualquer espécie de contato com os responsáveis pela matéria; (2) não pronunciei em qualquer ocasião, ou publiquei em qualquer veículo, reflexão tão grotesca, no conteúdo como na forma. Na verdade, a frase a mim mentirosamente atribuída contradiz o espírito de todas declarações que já tive ocasião de fazer sobre o tema. Assim sendo, cabe perguntar o que mais existiria de “montado” ou de simplesmente inventado na matéria. A qual, se me permitem a opinião, achei repugnante. Grato pela atenção,

Eduardo Viveiros de Castro

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