8 de julho de 2010

No primeiro ato de campanha de Tarso Genro, a estrela foi Dilma


Por Alexandre Haubrich*

Com mais de duas horas de atraso, ao meio dia e trinta e seis a fala da presidenta do PPL abriu o ato que deu início à campanha da coligação que lança Tarso Genro (PT) como candidato ao governo do Estado. Apenas às 13h15min a estrela do dia assumiu o microfone. E não foi Tarso. Sorridente e agitada, Dilma Rousseff, candidata do PT à presidência, foi muito aplaudida pelas centenas de pessoas que ocupavam a Esquina Democrática desde antes das 10h30min, horário previsto para o início do ato.

Antes de Dilma, líderes políticos de diversos partidos se revezaram ao microfone. Beto Albuquerque (PSB), Manuela D’Ávila (PC do B), Raul Pont (PT) e até o ex governador Alceu Collares (PDT) estavam lá. Collares não chegou a falar, mas foi um dos mais aplaudidos.

Tarso Genro, candidato do PT ao Piratini, esteve por todo o evento em segundo plano. As atenções estavam todas em Dilma. Apenas às 13h10min, quando foi chamado para discursas, Tarso teve o nome gritado pela militância. Um minuto depois, porém, o foco já voltava para Dilma, em cima e embaixo do palanque.

Sob um fundo musical em que centenas de vozes cantavam “olê olê olá, Dilma, Dilma”, Tarso usou quase toda sua fala para elogiar a candidata à presidência. Um intervalo apenas para explicar: “Collares me autorizou a dizer que vai votar em mim”. Aplausos entusiasmados entre os de baixo, sorrisos entre os de cima, Collares ergueu os braços para depois apontar para Tarso e confirmar que não votará em José Fogaça, candidato do PMDB e apoiado pelo PDT do ex governador.

Antes de encerrar seu discurso gritando “viva o Rio Grande! Viva o Brasil! Viva Dilma presidente!”, Tarso Genro elencou três motivos para votar em Dilma: colocou-a como condutora do governo Lula; como responsável pela grande coalizão de “partidos que não necessariamente tiveram a mesma origem”; e como demonstração da força da mulher brasileira.

A mulher brasileira tomou então o microfone, mas foi tomada por ele quando as pilhas acabaram quatro vezes e silenciaram a voz da candidata. Entre os silêncios, Dilma foi energicamente aplaudida. Muito mais do que Tarso.

Disse estar feliz de começar a caminhada em Porto Alegre, principalmente na Esquina Democrática. Lembrou que o Rio Grande do Sul foi “o Estado que me acolheu quando reconstruí minha vida”, referindo-se ao período da Ditadura Militar brasileira. Lembrou que foi no Rio Grande do Sul que construiu sua família, que nasceu sua filha. Por duas vezes afirmou que quer ser presidente para “continuar mudando o país”. Disse que “hoje somos um povo de cabeça erguida, não falamos ‘humildezinhos’ com os países desenvolvidos”. Destacou ações do governo Lula no Estado, como o estaleiro que, segundo ela, criará muitos empregos na metade sul.

No fim de sua fala, Dilma lembrou de Tarso, e garantiu: “ele vai fazer o melhor governo que o PT poderia ter a partir de 2011”. Mas a lembrança durou pouco e, antes da caminhada que seguiu o ato, a petista encerrou: “Viva o Rio Grande! Viva as mulheres gaúchas!”.

*Alexandre Haubrich é editor do blog JornalismoB.
Foto: Dialógico

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