Educar é ensinar a brincar
Educar é ensinar a crescer
Estar perto e participar
- e divertido, eu sei, pode ser
Educar é ensinar a pescar
A cantar, a confiar e a jogar
É indicar o caminho a seguir
É dizer não, é dizer sim, motivar
Acompanhar, dar carinho e mostrar
Que há limites pra tudo
Menos pros sonhos
Que a gente tem
Educar é relembrar e contar
As histórias que a gente aprendeu
É dar o exemplo, é conversar
Sobre aquilo que aconteceu
Educar é ensinar a pensar
A entender, perguntar, querer ver
E também mostrar como é bom
Poder fazer algo pra se orgulhar
É elogiar, ficar junto e mostrar
Que educar é tudo
Tudo!
Pra melhorar o mundo
Que a gente tem.
Educar é tudo. RBS.
Esta é a letra da mais nova campanha institucional do Grupo RBS: “Educar é...”, que vai de 28 de abril a 31 de outubro deste ano. Segundo a empresa, “um dos Valores da RBS é o compromisso com o social e comunitário. É por isso que todos os anos a empresa elege um tema e o transforma na sua bandeira institucional. Para 2005, o tema escolhido foi Educação. Porque se educação não chega a ser um sinônimo de solução, é, sem dúvida, o melhor caminho para melhorarmos a nossa sociedade” (...) e a “educação não é uma tarefa apenas da escola, é uma responsabilidade de toda sociedade, inclusive da família. E não é tão difícil quanto parece.” (http://www.clicrbs.com.br/educaretudo)
Tal empreendimento segue a lógica da higienização da imagem da empresa junto à população. Nada mais pertinente do que tratar temas que tocam as mentes das pessoas. Ano passado, tivemos a campanha contra os maus tratos da infância – quem não se sensibiliza com o tema? Porém, ficamos devendo uma reflexão, coisa que nos mobiliza neste momento.
Educação: quem não ouviu falar na célebre expressão “povo educado é povo desenvolvido”? E é aí que a coisa toma um rumo muito sério. Desde quando o Grupo RBS tem desejo que a população se eduque? Senão, vejamos: a campanha não pede educação pública de qualidade, gratuita, laica, de acesso universal, com mais prédios, mais verbas, melhor remuneração do magistério, gestões democráticas nas escolas.
Mais, quando trata da educação como mote para melhorar a sociedade, a pergunta que se impõe é: de que tipo de sociedade a RBS fala? Porque nós sabemos que tipo de sociedade a empresa defende: uma sociedade excludente, onde uma minoria tem acesso a tudo e a maioria vive à mingua, recebendo, quando isso acontece, as migalhas dos mais ricos.
É só prestar atenção ao jingle da campanha: brincar, crescer, participar, cantar, confiar, conversar, fazer algo para se orgulhar é coisa para poucos. Os milhões de crianças e adolescentes que têm suas vidas aviltadas por esta sociedade defendida pelo Grupo RBS não se vê representada na campanha. Tal campanha é ou não é uma tremenda cara-de-pau, um acinte à inteligência, uma ofensa às pessoas que lutam por uma vida digna, pela distribuição de renda, pela preservação do meio-ambiente?
O que mais nos preocupa, é a ação dos educadores – pais e professores – para esta campanha e qual “leitura” que pode vir a ser feita dela. Tem muito pai e mãe que caiu nessa esparrela – é só visitar a página – e é bem capaz de ter professor ou professora ensinando a música aos alunos e às alunas, levando o material institucional para dentro da escola sem vir acompanhado de reflexão, sem problematização, sem se dar por conta de que o desejo do Grupo RBS é vender mais jornal, é fazer propaganda de seus produtos, é cair no gosto popular e continuar defendendo seus interesses econômicos e políticos. Uma lavagem cerebral de dar inveja a qualquer fascista que tenha existido até os nossos dias.
De qualquer forma, é uma campanha muito interessante de se observar. Não sabemos até que ponto o próprio Grupo RBS se deu conta do vespeiro que está mexendo. Imagina se a população se educa... Manipulação, mistificação, omissão, mentira, distorção da realidade, etc., essas atividades que fazem parte do dia-a-dia da atividade jornalística da RBS ficam com os dias contados.
Claudia Cardoso
Pedagoga
06/05/2005
Educar é ensinar a crescer
Estar perto e participar
- e divertido, eu sei, pode ser
Educar é ensinar a pescar
A cantar, a confiar e a jogar
É indicar o caminho a seguir
É dizer não, é dizer sim, motivar
Acompanhar, dar carinho e mostrar
Que há limites pra tudo
Menos pros sonhos
Que a gente tem
Educar é relembrar e contar
As histórias que a gente aprendeu
É dar o exemplo, é conversar
Sobre aquilo que aconteceu
Educar é ensinar a pensar
A entender, perguntar, querer ver
E também mostrar como é bom
Poder fazer algo pra se orgulhar
É elogiar, ficar junto e mostrar
Que educar é tudo
Tudo!
Pra melhorar o mundo
Que a gente tem.
Educar é tudo. RBS.
Esta é a letra da mais nova campanha institucional do Grupo RBS: “Educar é...”, que vai de 28 de abril a 31 de outubro deste ano. Segundo a empresa, “um dos Valores da RBS é o compromisso com o social e comunitário. É por isso que todos os anos a empresa elege um tema e o transforma na sua bandeira institucional. Para 2005, o tema escolhido foi Educação. Porque se educação não chega a ser um sinônimo de solução, é, sem dúvida, o melhor caminho para melhorarmos a nossa sociedade” (...) e a “educação não é uma tarefa apenas da escola, é uma responsabilidade de toda sociedade, inclusive da família. E não é tão difícil quanto parece.” (http://www.clicrbs.com.br/educaretudo)
Tal empreendimento segue a lógica da higienização da imagem da empresa junto à população. Nada mais pertinente do que tratar temas que tocam as mentes das pessoas. Ano passado, tivemos a campanha contra os maus tratos da infância – quem não se sensibiliza com o tema? Porém, ficamos devendo uma reflexão, coisa que nos mobiliza neste momento.
Educação: quem não ouviu falar na célebre expressão “povo educado é povo desenvolvido”? E é aí que a coisa toma um rumo muito sério. Desde quando o Grupo RBS tem desejo que a população se eduque? Senão, vejamos: a campanha não pede educação pública de qualidade, gratuita, laica, de acesso universal, com mais prédios, mais verbas, melhor remuneração do magistério, gestões democráticas nas escolas.
Mais, quando trata da educação como mote para melhorar a sociedade, a pergunta que se impõe é: de que tipo de sociedade a RBS fala? Porque nós sabemos que tipo de sociedade a empresa defende: uma sociedade excludente, onde uma minoria tem acesso a tudo e a maioria vive à mingua, recebendo, quando isso acontece, as migalhas dos mais ricos.
É só prestar atenção ao jingle da campanha: brincar, crescer, participar, cantar, confiar, conversar, fazer algo para se orgulhar é coisa para poucos. Os milhões de crianças e adolescentes que têm suas vidas aviltadas por esta sociedade defendida pelo Grupo RBS não se vê representada na campanha. Tal campanha é ou não é uma tremenda cara-de-pau, um acinte à inteligência, uma ofensa às pessoas que lutam por uma vida digna, pela distribuição de renda, pela preservação do meio-ambiente?
O que mais nos preocupa, é a ação dos educadores – pais e professores – para esta campanha e qual “leitura” que pode vir a ser feita dela. Tem muito pai e mãe que caiu nessa esparrela – é só visitar a página – e é bem capaz de ter professor ou professora ensinando a música aos alunos e às alunas, levando o material institucional para dentro da escola sem vir acompanhado de reflexão, sem problematização, sem se dar por conta de que o desejo do Grupo RBS é vender mais jornal, é fazer propaganda de seus produtos, é cair no gosto popular e continuar defendendo seus interesses econômicos e políticos. Uma lavagem cerebral de dar inveja a qualquer fascista que tenha existido até os nossos dias.
De qualquer forma, é uma campanha muito interessante de se observar. Não sabemos até que ponto o próprio Grupo RBS se deu conta do vespeiro que está mexendo. Imagina se a população se educa... Manipulação, mistificação, omissão, mentira, distorção da realidade, etc., essas atividades que fazem parte do dia-a-dia da atividade jornalística da RBS ficam com os dias contados.
Claudia Cardoso
Pedagoga
06/05/2005
2 comentários:
creio que essa tu opinião sobre a campanha da RBS é um quanto tanto preconceituosa, hjá tantas coisas a sere levadas em conta, tantas pessoas a serem levadas em conta em uma campanha que chega a ser egoismo da tua parte jugar dessa maneira esta campanha...tu, pedagoga, melhor d que ninguem, deve saber que a situação de educação das crianças está precária...não digo da educação formal, daquela que se aprende na escola, mas sim da educação informal, de respeitar os mais velhos, saber eserar, saber ouvir não...e muitas coisas mais....
tu tabém deve saber melhor do que qualquer um que a midia tem uma enorme influência sobre o pensamento dos seres humanos e é obvio que a tv, o rádio e tudo mais vão se aproveitar de tdas as situações possiveis ara se promover...
eu entendo que tu apenas quis expressar tua opinião quanto a essa camapnha...algo que reseit muito, por isso estou te deixando a minha opinião...eu sou uma das professoras que ensinou ás crianas essa musica e farei um projeto em cima dela...pois se meus 13 alunos ficarem mais educadinhos após essa campanha...tenho certeza que ela valeu a pena!!!
Professora Clarissa... quando for ensinar teus alunos baseado em campanhas da RBS ou da GLOBO, lembra eles também a história sombria dessa empresa... assim, eles não crescem achando que a RBS/GLOBO (cito as duas, porque elas gostam de se auto-rotular "socialmente responsaveis"), são duas empresas que se preocupam com o povo... que é exatamente o que elas querem que a futura geração de brasileiros acreditem.
Falar mal de uma campanha dessas é a coisa certa a fazer! Sabemos que é importante melhorar o ensino, nossa educação, mas não é uma musiquinha na TV que vai ajudar! Isso vai ajudar muito mais a empresa em questão, fazendo uma "faxina" na nova geração, acabando com todas as verdades podres a respeito dela.
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