Quinta-feira, dia 23 de março de 2006, o Ministro da Saúde, Sr. Saraiva Felipe, anunciou a expansão do programa Farmácia Popular. As farmácias particulares que aderirem a rede, serão identificadas pelo selo da Popular e venderão medicamentos com até 90 % de desconto, "sem prejuízo do recebimento de medicamentos gratuitos". Um enorme feito para a população empobrecida brasileira.
Qual deveria ser a notícia do dia posterior? Um feito e tanto do Governo Federal. Aquela pessoa que se dirigir até o posto de saúde ou à farmácia de medicamentos especiais e não conseguir o medicamento por estar em falta, ainda tem a alternativa econômica de comprar o medicamento, pagando, no máximo, 10% do seu valor de mercado. Não há necessidade de aumentar o seu desespero frente à falta de sua medicação gratuita (excluam-se aí os casos de transplante, cujos medicamentos possuem venda proibida ao público, e os muito pobres).
Mas a mídia hegemônica, representada pela Band e pela Globo (os noticiários que acompanhei), foram sensacionais, elas nunca me decepcionam. A Band fez matéria em que o teor foi "poderia ser melhor". A Globo foi mais criativa: "remédio para animais é mais barato que remédio para gente". As pessoas entrevistadas, em ambas as matérias, foram aposentados e aposentadas, o segmento que mais utiliza medicamentos do SUS. E pronto: uma ação social inclusiva de saúde do Governo Lula para diminuir o sofrimento da população pobre brasileira, é taxada como insuficiente (é pouco) e negativa (para bicho é mais barato). Quem ainda duvida da imparcialidade midiática?
Este tipo de coisa nós conhecemos muito bem aqui no RS. A imprensa gaúcha inventou um novo tipo de crítica ao PT: por fazer. Foi assim nas obras da terceira perimetral, "causava transtorno aos moradores" (sic). E a imprensa nacional fez escola: para não apontar como positiva a ação governamental, busca argumentos que a desqualifiquem. Aliás, neste quesito, desejo que alguém me aponte algum fato positivo registrado como tal nesta mídia hegemônica.
Pelo fim da farsa da liberdade de imprensa.
Pela democratização das comunicações.
Claudia Cardoso.
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