Estamira é uma mulher de 63 anos, com problemas mentais e que trabalha num lixão no Rio de Janeiro. O documentário acompanha o seu cotidiano num lugar que é a antevisão do inferno, com suas emanações de metano queimando a céu aberto e o chorrume borbulhando mais gases tóxicos. O inferno de Dante é uma metáfora amena perto desta realidade, que fica mais dramática, quando o diretor usa a fotografia preto e branco em algumas cenas.
Estamira, no meio daquele caos, filosofa sobre a vida, fala sobre o "controlo remoto", desafia o "Trocadilo" e, em alguns momentos, fica evidente que a civilização, que gerou aquilo tudo, sofre distúrbios bem piores do que aqueles que atormentam a personagem.
Fica a minha recomendação para os nossos leitores.
Eugênio Neves
Um comentário:
Cláudia
Realmente "Estamira" é um soco na boca do estômago, que todos devem levar pelo menos algumas vezes na vida. É realmente chocante mas, em alguns momentos - incrivelmente - chega a ser poético a gente ouvir o que fala aquela senhora.
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