4 de junho de 2007

RCTV agredia convenções internacionais e de direitos humanos, diz professor

No Brasil, a repercussão do recente fechamento da rede de comunicação RCTV na Venezuela, que não teve sua concessão renovada, causou protestos e incômodos em grandes redes de TV brasileiras. Porém, o “atentado à liberdade de expressão”, termo utilizado pelos veículos de mídia que criticam a ação, é um direito do governo, segundo alguns pesquisadores que acreditam que concessões não são e nem devem ser vitalícias.
O professor de comunicação da Universidade Federal de Pernambuco, Edgar Rebouças afirma que quando um concessionário público não atende ao interesse público e desrespeita a lei, não tem razão de ter seu contrato renovado.
“Eu vi que historicamente essa emissora já desrespeita uma série de questões legais na Venezuela e que agride convecções internacionais e de direitos humanos também. E que a decisão de não-renovação, no meu entender, não teve nenhum papel de atentado de liberdade de expressão ou de censura, mas sim o cumprimento do que diz a Constituição da Venezuela.”
Segundo Rebouças, os países como o Brasil não tem investindo em qualidade na programação.
“Em prol de se ter um maior faturamento, as empresas de televisão estão deixando de lado os critérios de qualidade de conteúdo e investindo em produtos de baixa qualidade. O programa do Faustão, a maior audiência do domingo, tem grande parte de “pegadinhas”. Então ridicularizando as pessoas e assim ganha-se dinheiro.”
O histórico da RCTV Venezuelana está repleto de punições. Em 1976, a TV saiu do ar por três dias: punição por veicular notícias falsas; quatro anos depois foram 36 horas fora do ar por programação sensacionalista; em 1991, teve um de seus programas humorísticos tirado do ar pela Corte Suprema por ridicularizar as pessoas.
De Brasília, da Radioagência NP,
Gisele Barbieri

31/05/07

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